Um grupo terrorista, ligado à Al Qaeda, matou cerca de 200 pessoas em um ataque em Burkina Faso, no último sábado (24).
O ataque coordenado do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (JNIM) aconteceu enquanto militares e civis cavavam trincheiras para se protegerem de ataques extremistas, em Barsalogho, a cerca de 30 km da capital Kaya.
Segundo a organização cristã “Ajuda à Igreja que Sofre” (ACN), 22 cristãos estão entre as vítimas. Mais de 300 pessoas ficaram feridas no ataque e foram atendidas no hospital de Kaya.
De acordo com relatos de moradores, mais de 100 terroristas chegaram em motos e abriram fogo com armas pesadas contra soldados e civis, incluindo mulheres, crianças, e idosos. O ataque brutal durou mais de horas, das 9h às 16h, conforme a rádio RFI.
Devido ao grande número de mortos, não foi possível enterrar todos os corpos em menos de três dias após a tragédia.
Este foi o terceiro ataque terrorista em Burkina Faso somente neste mês e um dos mais sangrentos da história. Desde 2015, o país sofre com o extremismo islâmico.
Aumento da perseguição
Em fevereiro, 15 cristãos foram mortos durante um ataque de militantes islâmicos em uma igreja no país.
Em 2023, o país sofreu com os ataques violentos e mortais. A maior parte das atividades terroristas na África Ocidental vem de grupos islâmicos radicais que lutam por um califado muçulmano.
Levando em conta a motivação, sabe-se que muitos cristãos, pastores e igrejas estão nos planos dos criminosos.
“Burkina Faso é um país onde vemos uma crescente ameaça terrorista, e muito disso tem a ver com sua fronteira”, explicou Todd Nettleton, da Voz dos Mártires nos EUA.
“O país africano compartilha uma fronteira muito longa com o Mali. Sabemos que o Mali tem estado muito instável nos últimos anos e que tem enfrentado muitas atividades terroristas. Isso passou pela fronteira com Burkina Faso”, continuou.
Além disso, Burkina Faso faz fronteira com o Níger: “Lá também vimos o aumento de ataques terroristas e, portanto, parece que muito dessa violência e muito desse terrorismo está atravessando a fronteira e chegando até aqui”, disse ainda.
O país ocupa o 20° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas.
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