Extremistas islâmicos mataram ao menos 200 pessoas em uma ataque a uma vila de maioria cristã, em Burkina Faso, no início de outubro.
Segundo a Missão Portas Abertas, os terroristas atacaram a vila de Manni durante quatro dias seguidos.
A série de ataques começou com o assassinado de 17 soldados da patrulha militar na região. No dia seguinte, os radicais retornaram à vila, com o objetivo de matar mais pessoas.
Eles atacaram o mercado local e muitos moradores fugiram e se esconderam em lojas e casas, porém o grupo extremista incendiou os locais, matando as vítimas.
No terceiro dia, certos de que sairiam impunes, os terroristas voltaram à Manni. Eles atearam fogo em carros e atiraram em profissionais de saúde, que socorriam os feridos do dia anterior.
Com o propósito de não deixar homens sobreviventes, os extremistas ainda retornaram no quarto dia para matá-los.
“Essa é uma tática usada para deixar mulheres e crianças vulneráveis a sequestros, casamentos e recrutamentos forçados”, explicou a Portas Abertas.
De acordo com a agência Fides, muitas das vítimas desses ataques eram deslocados, que já haviam fugido de suas casas por causa da violência de grupos islâmicos. Os sobreviventes dos ataques, incluindo muitos cristãos, deixaram a vila de Manni.
Onda de ataques
Nos últimos meses, Burkina Faso tem enfrentado uma onda de ataques islâmicos. No final de agosto, um grupo terrorista, ligado à Al Qaeda, matou cerca de 200 pessoas na cidade de Barsalogho. O ataque coordenado ocorreu enquanto militares e civis cavavam trincheiras para se protegerem de ataques extremistas.
Um dia depois, o mesmo grupo matou brutalmente 26 cristãos durante um ataque à igreja evangélica Aliança Cristã, na cidade de Sanaba.
Em fevereiro, 15 cristãos foram mortos durante um ataque de militantes islâmicos em outra igreja no país.
Em 2023, o país sofreu com os ataques violentos e mortais. A maior parte das atividades terroristas na África Ocidental vem de grupos islâmicos radicais que lutam por um califado muçulmano.
Levando em conta a motivação, sabe-se que muitos cristãos, pastores e igrejas estão nos planos dos criminosos.
“Burkina Faso é um país onde vemos uma crescente ameaça terrorista, e muito disso tem a ver com sua fronteira”, explicou Todd Nettleton, da Voz dos Mártires nos EUA.
“O país africano compartilha uma fronteira muito longa com o Mali. Sabemos que o Mali tem estado muito instável nos últimos anos e que tem enfrentado muitas atividades terroristas. Isso passou pela fronteira com Burkina Faso”, continuou.
Além disso, Burkina Faso faz fronteira com o Níger: “Lá também vimos o aumento de ataques terroristas e, portanto, parece que muito dessa violência e muito desse terrorismo está atravessando a fronteira e chegando até aqui”, disse ainda.
O país ocupa o 20° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas.
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