Um pastor sudanês foi inocentado das acusações de ter barrado a demolição de sua igreja ordenada pela justiça na cidade de Cartum, capital do país.
Hafiz Mengisto, pastor da Igreja Evangélica Khartoum Bahri Igreja Evangélica, juntamente com o advogado Mohaned Mustafa, desafiou engenheiros que tentavam derrubar o edifício em julho do ano passado. Os dois foram presos, e o julgamento foi iniciado no dia 14 de dezembro.
O caso contra Mustafa foi finalizado no dia 23 de dezembro, e contra Mengisto, no dia 29 de dezembro.
A organização Christian Solidarity Worldwide comemorou a absolvição dos homens, mas disse que continua "profundamente preocupada com as ações repressivas do Estado contra as minorias religiosas no Sudão".
Mengisto sofreu ferimentos na cabeça enquanto estava sob custódia policial, e um dos membros de sua igreja, Talahon Nigosi Kassa Ratta, permanece sob custódia da polícia depois de ser preso em 14 de dezembro.
Dois pastores de outra denominação, Kwa Shamal e Hassan Abduraheem da Sudan Church of Christ, também foram presos no dia 19 de dezembro.
Mervyn Thomas, diretor da Christian Solidarity Worldwide, lutou pela libertação imediata. "A detenção sem acusação é uma clara violação do seu direito à liberdade e à segurança pessoal", disse ele.
Thomas instou a União Africana para fazer com que o Sudão preste contas sobre suas garantias constitucionais de liberdade religiosa.
De acordo com a Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional, o governo sudanês "continua se envolvendo em violações sistemáticas, contínuas e flagrantes da liberdade de religião ou crença".
Designada pela Comissão como um "país de preocupação particular" desde 1999, a população do Sudão é formada por mais de 97% de muçulmanos, e o código penal do país restringe a liberdade religiosa para todos os cidadãos.
O país também impõe a Lei Sharia tanto sobre muçulmanos como para cristãos, permitindo a pena de morte por apostasia, apedrejamento por adultério e sentenças de prisão por blasfêmia.