Enquanto o mundo continua a condenar a violência contra os cristãos na África Ocidental por extremistas muçulmanos Fulani, relatórios indicam que 37 cristãos foram mortos no estado de Kaduna na Nigéria até agora neste mês.
No início deste mês, pelo menos 33 pessoas foram mortas em ataques de extremistas islâmicos em cinco comunidades cristãs no estado de Kaduna, no sul da Nigéria, durante um período de dois dias.
Além disso, terroristas Fulani no condado de Kachia em 17 de agosto mataram quatro cristãos e sequestraram seu motorista, Danlami Dariya, enquanto seu veículo saía da vila de Katul, disse Zephaniah Bature à agência Morning Star News.
“Quatro dos cristãos dentro do carro morreram instantaneamente”, disse Bature ao MSN por mensagem de texto. "O motorista foi sequestrado pelos pastores, e entre os mortos estão três homens e uma idosa".
Os terroristas também atacaram o vilarejo Bugai do condado de Kachia em 16 de agosto, de acordo com o morador da área, Mamman Danbaba.
"Houve mais um ataque de Fulanis por volta das 20h", disse Danbaba por mensagem de texto. "Muitas vidas foram perdidas e muitos cristãos ficaram feridos. Casas e propriedades também foram queimadas".
Contexto
O Grupo Parlamentar de Todos os Partidos do Reino Unido para a Liberdade ou Crença Internacional (APPG) observou em seu recente relatório intitulado “Nigéria: Desdobrando o Genocídio”, que a vasta maioria de milhões de membros da tribo muçulmana Fulani não têm opiniões extremistas”. No entanto, alguns dos clãs Fulani defendem a ideologia islâmica radical e seus membros se armam para cometer ataques terroristas.
“Eles adotam uma estratégia comparável ao Boko Haram e à Província do Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) e demonstram uma clara intenção de atingir os cristãos e símbolos poderosos de identidade cristã”, descreve o relatório do APPG.
Os pastores [criadores de gado] Fulani têm adotado cada vez mais ideologia e métodos semelhantes a grupos extremistas islâmicos como o Boko Haram, e alguns vêm de fora da Nigéria, escreveu Akin Osuntokun em uma coluna de 14 de agosto para a mídia nigeriana.
“Hoje, uma nova raça de ‘pastores’ Fulani surgiu: um terrorista agressivo e assassino portando armas de fogo sofisticadas, como AK-47s e até lançadores de foguetes”, escreveu Osuntokun. "E eles se tornam o exército móvel de vanguarda do Islã político na Nigéria. Dadas as fronteiras porosas do país, muitos deles são imigrantes recentes de países vizinhos. São pastores [criadores de gado] do Níger, Chade e Mali, que podem cruzar a fronteira e imediatamente reivindicar todos os direitos sacrossantos pertencentes aos cidadãos nigerianos de boa fé".
O relatório do APPG também observou que as lealdades tribais do presidente nigeriano — que também é da etnia Fulani — não podem ser negligenciadas.
"Em 2015, Muhammadu Buhari, um Fulani, foi eleito presidente da Nigéria", diz o relatório. "Ele não fez praticamente nada para lidar com o comportamento de seus companheiros de tribo no Cinturão Médio e no sul do país."
A Nigéria está classificada em 12º lugar na lista mundial da Portas Abertas para 2020 sobre os países onde os cristãos sofrem mais perseguição.