Em diversas partes do mundo, neste exato momento, há cristãos sendo espancados, presos injustamente, torturados, sequestrados, cancelados e até mortos por causa do nome de Cristo.
Alguns casos lembrados pela Global Christian Relief mencionam uma mulher indiana que viu sua irmã ser arrastada por nacionalistas hindus. Ela não sabe se a irmã está viva ou morta.
Um homem num campo norte-coreano de prisioneiros foi espancado até ficar inconsciente. Os guardas o acordaram para recomeçar as surras.
Uma mulher na Nigéria correu de terroristas do Boko Haram para tentar salvar a vida, mas eles a sequestraram. Ela está grávida e, quando voltar para casa, sua comunidade rejeitará ela e seu bebê.
Num domingo de Páscoa, no Sri Lanka, várias crianças que voltavam de uma refeição juntas, após o culto, morreram após a explosão de uma bomba.
‘Dor e tragédia não intimidam cristãos perseguidos’
Cada cristão mencionado é de uma nação diferente, de culturas variadas e nem mesmo se conhecem, mas enfrentam o mesmo tipo de perseguição e violência porque decidiram seguir a Cristo.
“Embora a perseguição cristã assuma muitas formas, ela é definida como qualquer hostilidade experimentada como resultado da identificação com Jesus Cristo. Do Sudão ao Afeganistão, da Nigéria à Coreia do Norte, da Colômbia à Índia, os seguidores do cristianismo são alvo por causa de sua fé”, explica a organização.
“Eles são atacados, discriminados no trabalho e na escola. Eles correm o risco de violência sexual, tortura, prisão, entre outras formas de perseguição”, continua.
A dor e a tragédia, no entanto, não os intimida, conforme explica a Global Christian Relief. Os cristãos perseguidos entendem que as provações produzem perseverança.
Os missionários explicam que encontram alegria nos cristãos perseguidos, apesar de tudo, e que eles confiam plenamente que Deus está cuidando de seu povo e que nunca os abandonará. Veja quais são algumas razões pelas quais os cristãos são alvo de perseguição.
Governos autoritários que veem o cristianismo como uma ameaça ao poder
Em alguns países, a perseguição aos cristãos ocorre sob governos autoritários. Em locais como a Coreia do Norte ou a Eritreia, os governos buscam controlar todo o pensamento e expressão religiosos como parte de um plano abrangente para supervisionar rigorosamente todos os aspectos da vida política e cotidiana. Estes governos consideram alguns grupos religiosos como inimigos do Estado porque possuem crenças religiosas que podem desafiar a lealdade aos governantes.
Não fazer parte da fé cultural majoritária
Em alguns lugares, há grande hostilidade para com grupos religiosos não tradicionais e minoritários, vistos como estrangeiros ou não-nativos da cultura. Por exemplo, no Níger, mais de 98% da população é muçulmana e a hostilidade vem mais da sociedade do que do governo.
Na Índia, os nacionalistas hindus afirmam que ser indiano é ser hindu, pelo que os não-hindus — minorias religiosas como cristãos e muçulmanos — são alvo de abusos. Nestes lugares, ser cristão é reivindicar uma identidade diferente daquela reivindicada pela cultura dominante, e que muitas vezes é fortemente contestada.
Grupos extremistas que querem destruir cristãos
Em algumas áreas do mundo, existem grupos extremistas radicalizados que travam guerra contra qualquer pessoa que não siga a sua interpretação específica da religião.
Por exemplo, em locais como o Oriente Médio e a Nigéria, grupos extremistas islâmicos aterrorizam comunidades e igrejas, matando aqueles que consideram “infiéis”. Os ataques, muitas vezes, são coordenados, violando e raptando mulheres e incendiando casas e igrejas.
Domínio oficial e cultural de uma única religião
Em todo o mundo, há muitos lugares que têm leis oficiais instituídas para controlar rigorosamente ou mesmo desencorajar os cristãos de praticarem abertamente a sua fé, tudo em nome do serviço a uma religião dominante.
Em lugares como as Maldivas ou a Arábia Saudita, o islã é uma religião tão dominante que tentar adorar Jesus abertamente pode ser algo ofensivo. No Paquistão, as leis são guiadas pelo islamismo, o que significa que se um cristão for acusado de “blasfêmia”, pode ser condenado à morte.
Os cristãos no Irã só estão autorizados a adorar em igrejas que não falam a língua dos iranianos comuns. E em lugares como a Malásia, existem regras restritivas sobre a conversão do Islã para certos grupos étnicos.
A liberdade religiosa é um direito humano desrespeitado
A liberdade religiosa, como todas as liberdades (pensamento, expressão, imprensa), é algo inerente ao ser humano. As nossas crenças ajudam a definir quem somos e servem de base para o que contribuímos para as nossas sociedades.
Contudo, hoje, muitas pessoas vivem sob governos que abusam ou restringem a liberdade religiosa. Os cristãos nessas áreas enfrentam perseguições, sofrem profundamente e são-lhes negadas liberdades básicas a que os humanos deveriam ter direito.
Por exemplo, na Eritreia, há violações da liberdade de expressão, reunião e crença e movimento religioso, além de execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, detenção prolongada, tortura e serviço nacional indefinido, que fazem com que muitos eritreus fujam do país .
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Em 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esta declaração veio como resultado do tratamento dispensado aos judeus na Alemanha nazista.
O documento afirma que toda pessoa deve ter seus “direitos humanos básicos. Isto reafirmou a dignidade e o valor de todos os seres humanos, independentemente da raça, cor, sexo, língua, religião, opiniões políticas, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou outro estatuto.
Em 1966, as Nações Unidas desenvolveram o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP), além da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O Artigo 18 do PIDCP centra-se em quatro elementos da liberdade religiosa:
“Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Este direito incluirá a liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença da sua escolha, e a liberdade, quer individualmente quer em comunidade com outros, e em público ou privado, de manifestar a sua religião ou crença através do culto, da observância, da prática e do ensino.
Ninguém será sujeito a coerção que possa prejudicar a sua liberdade de ter ou de adotar uma religião ou crença da sua escolha. A liberdade de manifestar a própria religião ou crenças só pode estar sujeita às limitações prescritas por lei e que sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades fundamentais de terceiros.
Os Estados Partes no presente Pacto comprometem-se a respeitar a liberdade dos pais e, quando for o caso, dos tutores legais de assegurar a educação religiosa e moral dos seus filhos, em conformidade com as suas próprias convicções.
Quando os países restringem a liberdade religiosa — incluindo a livre expressão do cristianismo e a livre adoração a Jesus — estão rejeitando este direito humano vital, que está incorporado na consciência de cada ser humano e foi validado repetidamente ao longo da história”.