Embora na Argélia o cristianismo seja totalmente rejeitado e os cristãos enfrentem assédio, espancamentos, ameaças e prisão, a Igreja no país continua crescendo, porém de forma clandestina.
Conforme a Mission Network News (MNN), desde 2019 as igrejas argelinas têm enfrentado o encerramento forçado e a oposição do governo. Além disso, evangelizar muçulmanos é proibido pela Constituição do país.
Sendo assim, a única forma que a Igreja encontrou de sobreviver foi na clandestinidade: “A igreja clandestina e os ministérios estão crescendo e Deus está abrindo muitas portas através da perseguição”, disse Karim Arezki, que é pastor e professor de religiões comparadas e tem envolvimento com a comunidade cristã norte-africana, mesmo vivendo na Europa.
‘Muitos se renderam a Cristo’
Arezki revela que os líderes e as pessoas da comunidade cristã estão cansados por causa da situação: “Antes de 2019, a perseguição vinha da sociedade e por parte da própria família, mas agora a perseguição começou a vir do governo”.
Conforme o pastor, agora existem apenas algumas igrejas abertas em todo o país e muitos crentes se reúnem online ou clandestinamente. Ele lembrou que quando a Argélia conquistou sua independência da França, em 1962, isso permitiu mais liberdade aos missionários e houve um avivamento, onde muitos se renderam a Cristo.
“Na década de 1970, muitos argelinos aceitaram o Senhor, mas não foi fácil. De 1982 a 1999, o cristianismo cresceu e pessoas de todas as gerações aceitaram Jesus”, mencionou.
Avivamento e abertura de igrejas clandestinas
“Houve um avivamento na área de Kabyle. Em cada aldeia havia igrejas clandestinas, e elas também cresciam nas áreas árabes”, contou Arezki.
“O renascimento do cristianismo na Argélia começou em 1990, com uma nova geração de crentes. Isto encorajou outros na sua fé em Jesus e na partilha, mas eles pagaram o preço. Alguns deles passaram a ter uma boa posição na sociedade, inclusive no governo. A perseguição começou quando se soube que havia muitos cristãos”, continuou.
Arezki diz que os cristãos perderam os seus empregos e enfrentaram abusos verbais e físicos quando a sua fé em Cristo se tornou conhecida: “O que vemos nesta segunda geração de cristãos, que estão crescendo em lares cristãos, é o fruto da fé de seus pais e de como eles educaram seus filhos na escola e na fé”.
O pastor finalizou pedindo orações aos argelinos que estão enfrentando pressão do governo, além da pressão de suas famílias e da sociedade. “Ore para que os muçulmanos tenham curiosidade sobre o cristianismo e que se voltem para Cristo”, concluiu.