"Se nada for feito, cristãos serão apenas história na Nigéria", diz pastor após massacre

Após a morte de mais de 200 cristãos em ataques simultâneos, o pastor Gideon Para-Mallam alertou sobre a situação de seu país.

Fonte: Guiame, com informações da World Watch MonitorAtualizado: segunda-feira, 2 de julho de 2018 às 13:05
Rev. Gideon Para-Mallam atua no estado de Plateau, na Nigéria. (Imagem: Youtube)
Rev. Gideon Para-Mallam atua no estado de Plateau, na Nigéria. (Imagem: Youtube)

Quase 11 aldeias foram atacadas simultaneamente no Estado de Plateau, na Nigéria, no último fim de semana, levando à morte de mais de 200 cristãos (número atualizado) e os pastores locais a pedirem reconhecimento e assistência. 

O Rev. Gideon Para-Mallam criticou o derramamento de sangue que aconteceu no Estado de Plateau, na Nigéria, em um vídeo recente.

Os relatórios oficiais indicam que o número de mortos é de 86, mas os moradores dizem que as autoridades mentiram para esconder as mortes em massa.

"O estado de Plateau tornou-se não simplesmente um campo de extermínio ao longo dos anos, mas agora uma terra onde correm rios de sangue", diz Para-Mallam em um vídeo.

Para-Mallam é o secretário regional da Irmandade Internacional de Estudantes Evangélicos em Jos, na Nigéria. Ele também fundou o grupo 'Citizens Monitoring Group', que trabalha com muçulmanos e cristãos na Nigéria.

"O que aconteceu no estado de Plateau no último final de semana e Ali Plateau em parte desta semana, é muito triste, é decepcionante. O ciclo de violência e derramamento de sangue visitou novamente o povo pacífico de Plateau", disse o pastor.

"A história está se repetindo. Em 2010 ocorreu o massacre de Dogo Nahawua. Mais de 500 pessoas foram assassinadas em um só dia. E isto se tornou um padrão que continua desde 2010 até agora. A todo momento, alguém é assassinado nas vilas. Não uma vila, mas duas, três vilas. De fato, na última semana, 11 vilas foram atacadas quase que simultaneamente durante um longo período de dias", acrescentou.

Para-Mallam destacou que há um razão específica para esses ataques e a motivação destes terroristas é de fato a intolerância religiosa.

"Por que isto está acontecendo? Nós temos que entender estes assassinatos. Este é um outro Boko Haram disfarçado. Os terroristas Fulani são o Boko Haram disfarçado. O mesmo povo Fulani que vivia pacificamente com os fazendeiros repentinamente deixaram suas varas e cajados que usavam para tocar seu gado para passar pelas fazendas, matando fazendeiros, destruindo vilas, espancando e matando fazendeiros cristãos, matando mulheres, matando crianças, incendiando casas, expulsando-os de suas próprias casas", afirmou.

"Uma agenda muito clara está emergindo. Isto está acontecendo, porque o estado de Plateau é o epicentro do cristianismo e muito significante na Nigéria", acrescentou.

O pastor clamou por ajuda e alertou para uma possível extinção dos cristãos da Nigéria, se nada for feito para impedir esta matança.

"A menos que alguma coisa seja feita para parar isso, o cristianismo na Nigéria se tornará apenas história", lamentou.

 

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