Nos últimos seis meses, os cristãos na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), enfrentaram ataques contínuos e crescentes. O grupo terrorista rebelde Forças Democráticas Aliadas Islâmicas (ADF) — que reivindicou a autoria dos ataques — jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI), confirmando uma agenda expansionista islâmica no país. A República Democrática do Congo é um dos países mais cristianizados do mundo. Quase 95% da população é formada por cristãos.
Em mais de 20 ataques recentes do ADF de janeiro a maio, os contatos da organização Portas Abertas no país reportaram mortes de cerca de 90 pessoas. A ADF supostamente sequestrou pelo menos 131 pessoas e deslocou cerca de 12.000 para campos de refugiados internos, escolas ou famílias anfitriãs. As mortes deixam para trás um grande número de crianças e idosos que se tornaram ainda mais vulneráveis à fome em circunstâncias já precárias.
Além da perda de vidas, a maioria dos civis cristãos também sofreu perdas econômicas devastadoras, como propriedades saqueadas e destruídas pela ADF. Pelo menos seis igrejas foram incendiadas e duas clínicas e centros de saúde administrados por igrejas foram destruídos.
Há quase três décadas desde o seu início em Uganda, nos anos 90, a ADF está usando táticas de terror, incluindo sequestros e assassinatos, para estabelecer um califado na província de North Kivu, onde os combatentes reivindicam posse de terras.
Durante um ataque à cidade de Kamango em 17 de abril, a ADF declarou que as províncias do norte e do sul do Kivu fazem parte do califado que pretendem criar na RDC. Nas informações divulgadas on-line e por rádio, o grupo afirmou:
- O triângulo Mbau-Eringeti-Kamango, que fica dentro do califado, abriga seu centro de treinamento.
- Eles não mais atacarão a população local, mas se concentrarão nas igreja e nas instituições das igrejas, como hospitais, escolas e empresas.
- Se alguém quiser estar em boas relações com eles, a pessoa deve se tornar muçulmana.