1.000 cristãos se reúnem para manter viva luta histórica por liberdade religiosa na França

O tema escolhido para o encontro foi “O Espírito sopra onde quer: 1525-2025 – 500 anos de extraordinária diversidade protestante”.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical FocusAtualizado: quinta-feira, 18 de setembro de 2025 às 15:02
Cristãos reunidos na esplanada arborizada em frente ao Museu do Deserto em Mialet, na França. (Foto: Defap)
Cristãos reunidos na esplanada arborizada em frente ao Museu do Deserto em Mialet, na França. (Foto: Defap)

Todos os anos, a pequena aldeia de Mialet, nas montanhas Cévennes, no sul da França, se transforma em um ponto de encontro simbólico para cristãos que desejam preservar a memória da Reforma e reafirmar o compromisso com a liberdade religiosa.

Na esplanada arborizada em frente ao Museu do Deserto, que retrata a resistência dos huguenotes ao absolutismo nos séculos XVI e XVII e sua luta pela liberdade religiosa, mais de 1 mil pessoas se reuniram novamente para um culto coletivo, encerrado com a celebração da santa ceia.

O tema escolhido para esta edição foi “O Espírito sopra onde quer: 1525-2025 – 500 anos de extraordinária diversidade protestante”.

A proposta remete ao surgimento do anabatismo em Zurique, na Suíça, há 500 anos, um movimento que marcou o início de uma nova forma de vivência da fé cristã e que, ao longo dos séculos, influenciou o nascimento de correntes como os batistas e os evangélicos livres.

Igreja e sociedade

O culto da manhã teve como pregador Christian Krieger, presidente da Federação Protestante da França (FPF).

Em sua mensagem, ele destacou a importância de conhecer as raízes históricas do protestantismo como base para construir o futuro das igrejas e da sociedade.

Durante a tarde, os pesquisadores Sébastien Fath e Neal Blough, ambos especialistas na realidade evangélica na França e internacionalmente, ofereceram duas intervenções com uma abordagem histórica.

Encerrando o dia, a pastora Joëlle Sutter-Razanajohary, da Federação das Igrejas Batistas Evangélicas da França, fez um apelo à unidade dentro da diversidade protestante.

Além das arquibancadas montadas por diversas organizações, os participantes trouxeram seus próprios piqueniques e aproveitaram momentos de comunhão.

Grupos inteiros de igrejas da região participam dessa reunião anual, que homenageia as chamadas “assembleias do deserto”, cultos ao ar livre realizados secretamente nas montanhas por protestantes perseguidos até a morte pelo rei absolutista Luís XIV e seus sucessores.

Capelania histórica

Na esteira histórica, a capelania militar protestante da França (APA, na sigla em francês) celebra 170 anos de atuação.

Para marcar a data, a Igreja Luterana de Les Billettes, em Paris, está realizando uma exposição gratuita entre até 21 de setembro.

A exposição apresenta a trajetória da capelania, criada em 1854 durante a Guerra da Crimeia, com o objetivo de atender militares protestantes, oferecendo-lhes um espaço para diálogo e apoio espiritual.

Igreja Luterana de Les Billettes em Paris hospeda a exposição gratuita. (Foto: Eglise luthérienne des Billettes)

A mostra reúne fotografias de Karine Sicard Bouvatier, que se encontrou com 11 capelães protestantes das Forças Armadas francesas para retratar, segundo os organizadores, “o coração de uma profissão ainda pouco conhecida”.

Seu trabalho será publicado em 2 de outubro pela editora Olivétan, com o título “Une croix sur le treillis” (Uma cruz no uniforme militar, em tradução livre).

Palestras e fotografias

O evento foi inaugurado por Christian Krieger, presidente da Federação Protestante da França (FPF), e Etienne Waechter, capelão-chefe responsável pelo recrutamento de capelães junto às autoridades militares competentes.

Durante o evento, o professor Jean-Yves Carluer apresentou uma palestra sobre os primórdios da Capelania Protestante nas Forças Armadas, abordando a trajetória dos capelães militares protestantes desde 1854 até os dias atuais – uma missão ainda em curso.

Também foram lidos trechos das memórias de Maximilien Reichard, capelão que atuou na Guerra da Crimeia e publicou seu relato em 1869.

Em seguida, houve uma conversa com Karine Sicard Bouvatier sobre seu trabalho fotográfico, que dialoga com o tema da exposição.

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições