Ashur Sarnaya, de 45 anos, foi assassinado enquanto fazia uma transmissão ao vivo na França, na semana passada.
Ashur era um refugiado cristão do Iraque com deficiência física que usava cadeira de rodas. No dia 19 de setembro, ele estava ao vivo no TikTok do lado de fora de seu apartamento na cidade de Lyon, quando foi esfaqueado no pescoço.
Segundo testemunhas, o agressor estava esperando Ashur e o atacou, cortando sua artéria carótida e fugindo.
A mídia local informou que o cristão sofreu uma parada cardíaca quando os socorristas chegaram e não resistiu.
A transmissão mostrou Ashur com o rosto ensanguentado, com sangue saindo pela boca e nariz.
A polícia local afirmou que as razões do ataque ainda estão sendo investigadas. "Nada nos aponta na direção de uma linha sólida de investigação, seja criminal, política, religiosa ou relacionada a drogas. Ele era muito ativo nas redes sociais; estamos trabalhando nisso", afirmou um oficial.
Ameaçado por muçulmanos
Ashur fugiu do Iraque para escapar da perseguição do grupo terrorista Estado Islâmico em 2014 e morava com sua irmã na França.
Nas redes sociais, o cristão iraquiano compartilhava mensagens cristãs em árabe. Conforme a Aleteia France, seu conteúdo chegou a ser bloqueado após denúncias de muçulmanos.
Além disso, Ashur chegou a contar que usuários islâmicos lhe ameaçaram na internet e em telefonemas anônimos. Em março, ele disse que foi agredido fisicamente por muçulmanos.
O presidente da Associação Assiro-Caldeia de Lyon, Georges Shamoun Ishaq, declarou que Ashur era "uma pessoa muito gentil e discreta, profundamente crente, que gostava de falar sobre a fé cristã".
Ódio anticristão na França
O Observatório de Intolerância e Discriminação contra os Cristãos na Europa (OIDAC Europa) descreveu o assassinato do iraniano como um dos crimes de ódio anticristão, que aumentaram 13% no primeiro semestre de 2025 na França.
"De fato, esse assassinato é inimaginável, dada a história de Ashur de fugir da perseguição”, ressaltou a organização.
"O OIDAC tem destacado a vulnerabilidade dos cristãos convertidos na Europa a várias organizações internacionais e continua a enfatizar que os governos devem garantir a segurança de todos os crentes na Europa, incluindo os convertidos. Esta é uma preocupação de direitos humanos, não uma questão política".
E destacou: “Dado que muitos dos afetados são refugiados que fugiram da perseguição em seu país de origem, o impacto de tais crimes de ódio pode intensificar o trauma que eles já sofreram, aumentando sua necessidade de serviços de apoio".
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