França alerta para crescente ameaça islâmica contra cristãos

O relatório da Direção Geral de Segurança Interna evidencia como a retórica anticristã se converteu em violência concreta, com inúmeros ataques recentes.

Fonte: Guiame, com informações do European ConservativeAtualizado: quinta-feira, 27 de novembro de 2025 às 12:50
Na França, houve diversas agressões contra cristãos e ataques a locais de culto. (Foto: Marion Lhn / Unsplash)
Na França, houve diversas agressões contra cristãos e ataques a locais de culto. (Foto: Marion Lhn / Unsplash)

A inteligência interna da França emitiu um alerta sobre o aumento da ameaça às comunidades cristãs, segundo um relatório confidencial obtido pelo Le Figaro, que relaciona os recentes ataques na Europa a décadas de propaganda jihadista.

O alerta foi emitido após o ataque de 10 de setembro, em Lyon, contra Ashur Sarnaya, um cristão iraquiano que usa cadeira de rodas, episódio que, segundo os investigadores, evidencia a persistente obsessão jihadista em atacar cristãos.

Segundo a Direção Geral de Segurança Interna (DGSI), grupos islâmicos têm reiteradamente mirado os cristãos, os classificando como “infiéis” ou “idólatras”.

O relatório aponta que essa narrativa se apoia em propaganda antiga que retrata os cristãos como “cruzados” e recorre a referências às Cruzadas, à colonização europeia e às recentes operações militares ocidentais.

Retórica anticristã

O documento da DGSI evidencia como a retórica anticristã se converteu em violência concreta.

Em 1998, Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, publicou uma fatwa conclamando ataques contra “judeus e cruzados”.

Ashur Sarnaya era muito ativo nas redes sociais e publicava vídeos regularmente sobre sua fé cristã. (Foto: Reprodução/Eastern christians)

A fatwa é uma decisão ou parecer jurídico emitido por um estudioso islâmico (mufti) sobre questões religiosas, sociais ou legais, com base na interpretação da sharia (lei islâmica).

O sucessor de bin Laden, Ayman al-Zawahiri, reforçou essa visão ao descrever o cenário global como um confronto entre “os cruzados e seus aliados” e os muçulmanos.

O Estado Islâmico recorreu diversas vezes a uma retórica semelhante, prometendo em 2014 que “conquistaremos sua Roma, quebraremos suas cruzes e escravizaremos suas mulheres... Elas venderão seus filhos no mercado de escravos”.

Em 2015, a revista em língua francesa do grupo, Dar al-Islam, incentivou ataques a igrejas para “incutir medo em seus corações”, enquanto a agência jihadista Thabat divulgou, em árabe, uma declaração condenando a “islamofobia” e conclamando o uso de facas ou veículos como armas, com foco específico em locais cristãos de culto.

Efeitos devastadores

Na Argélia, durante os anos 1990, o Grupo Islâmico Armado assassinou pelo menos 19 líderes religiosos.

No Paquistão, nos anos 2000, a Al-Qaeda atacou comunidades cristãs locais. Já em 2015, o Estado Islâmico executou 21 cristãos coptas egípcios na Líbia.

A Europa também foi alvo de ataques: o atentado que matou 12 pessoas no mercado de Natal de Berlim em 2016, o assassinato do padre Jacques Hamel em Saint-Étienne-du-Rouvray, e o ataque à basílica de Nice em 2020 – todos evidenciam a vulnerabilidade do continente.

Dados do Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC) apontam para uma crescente onda de violência anticristã no continente.

Apenas em 2024, a Alemanha registrou 337 incidentes, incluindo 33 incêndios criminosos em igrejas.

Na França, houve diversas agressões contra fiéis e ataques a locais históricos, como o incêndio em Saint-Omer e o uso de gás lacrimogêneo durante cultos adventistas em Dijon.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

Fé para o Impossível

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições