Depois que o Talibã tomou o poder no Afeganistão, há notícias que mostram terroristas ameaçando pessoas que abandonam o islã.
Conforme a Portas Abertas, o país é o lugar mais perigoso do mundo para quem segue o cristianismo, ficando atrás somente da Coreia do Norte.
Com esse cenário, a Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA recomendou que o Afeganistão seja adicionado à lista dos piores violadores da liberdade religiosa.
De acordo com o Departamento de Estado, em seu relatório que foi divulgado na segunda-feira (25), a mudança de regime significou piorar as condições para a liberdade religiosa, além de deteriorar significativamente os direitos humanos de forma geral.
O que o relatório aponta?
Conforme os dados do relatório, logo em sua introdução, as minorias religiosas enfrentam assédio, detenção e até morte devido à sua fé ou crenças.
Milhares de pessoas tiveram que fugir do país para salvar suas vidas e os que ficaram [cristãos, judeus, hindus, entre outras minorias religiosas] estão vivendo escondidos e praticando a fé de forma secreta.
O relatório anual de 2022 detalha as conclusões da pesquisa dos comissários durante o ano anterior, de genocídio a acusações de blasfêmia e punição por ouvir ensinamentos religiosos específicos.
A última vez que a comissão de vigilância recomendou que o Afeganistão fosse considerado “um país de particular preocupação” foi em 2001, pouco antes da derrubada do regime anterior do Talibã, que controlava a maioria do país há cinco anos.
Outros países que ferem a liberdade religiosa
A designação do Departamento de Estado sinaliza violações contínuas, sistemáticas e flagrantes da liberdade religiosa. Desde 2018, o Afeganistão vem sendo apontado, ano após ano, como um “país de particular preocupação”.
Durante a coletiva de imprensa virtual, na segunda-feira, eles também citaram suas preocupações atuais com a Rússia, que também já foi rotulada como uma nação de particular preocupação após invadir a Ucrânia.
“Tememos, e lamento dizer isso, que a violência continue a aumentar por causa da flagrante violação da liberdade religiosa na Rússia”, disse Khizr Khan, um dos mais novos comissários.
Ele também aponta para outros países violadores da liberdade religiosa e dos direitos humanos: Mianmar, China, Eritreia, Irã, Coréia do Norte, Paquistão, Arábia Saudita, Tajiquistão e Turcomenistão.
O órgão de vigilância apontou também para outros países que estão sendo observados pelos mesmos problemas: Índia, Nigéria, Síria, Vietnã, Argélia, Cuba e Nicarágua.
Os comissários solicitaram a inclusão desses oito países: Azerbaijão, Egito, Indonésia, Iraque, Cazaquistão, Malásia, Turquia e Uzbequistão.
O relatório anual, muitas vezes, se baseia em viagens de apuração de fatos de comissários, mas essas foram interrompidas nos últimos dois anos devido à pandemia por Covid-19.