Na Eritreia, um dos 10 piores lugares do mundo para quem decide seguir a Cristo, o líder cristão, Abune Antonios, acabou morrendo em prisão domiciliar, conforme a Portas Abertas. Ele sofria de diabetes grave e teve o tratamento negado.
A prisão ocorreu porque ele não aceitava a interferência do governo nos assuntos da igreja. O líder da Igreja Ortodoxa morreu na última quarta-feira (9), aos 95 anos.
Em 2003, Antonios se tornou líder cristão e entrou em desacordo com o governo da Eritreia. O país, que fica no Chifre da África, é conhecido por seu histórico de desrespeito aos direitos humanos.
Sobre a prisão de Abune Antonios
Depois que Antonios se tornou líder cristão, as autoridades passaram a persegui-lo. Em agosto de 2005, o Sínodo da Eritreia se reuniu com o objetivo de tirar toda a autoridade executiva dele.
Antonios foi deposto da igreja e, em 2006, foi colocado em prisão domiciliar, em Asmara. Entre as acusações estavam a “relutância em excomungar 3 mil membros do Medhane Alem”, um movimento ortodoxo da Escola Dominical que exige que o governo liberte cristãos presos acusados de traição.
Um ano depois, confiscaram a identidade dele e o governo da Eritreia tirou Antonios à força de casa e manteve-o detido em um local não revelado. No dia 16 de julho de 2017, as autoridades permitiram que Antonios fizesse uma aparição pública pela primeira vez em mais de uma década.
Eritreia também persegue grupos reconhecidos pelo governo
Três dias depois da aparição pública, o governo transferiu Antonios para outro local alegando como finalidade “melhorar as condições de vida dele”. O líder cristão continuou incomunicável e teve negado o atendimento médico para diabetes.
A morte de Antonios aconteceu após o rígido controle estatal contra a Igreja na Eritreia completar duas décadas. Há 20 anos o governo anunciou que reconheceria apenas quatro grupos religiosos e proibiria todos os demais que não haviam solicitado o registro, após um decreto do governo em 1997.
Porém, até mesmo os grupos cristãos registrados estão sofrendo diferentes níveis de interferência, como o confisco do dízimo e o fechamento de serviços como escolas e clínicas. Todos os atos considerados pelo governo como resistência são punidos até mesmo com prisão. Aqueles que desejam adorar a Cristo, na Eritreia, estão fazendo isso de forma secreta.
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