O Tribunal do Trabalho vai ouvir o caso de uma enfermeira cristã, demitida pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido depois de compartilhar sobre sua fé com os pacientes e, ocasionalmente, se oferecer para orar por eles.
Sarah Kuteh, que tem 15 anos de experiência de enfermagem, foi demitida por "má conduta" em agosto de 2016. Ela havia trabalhado no Hospital Darent Valley desde 2007.
Durante o tempo que ela trabalhou no departamento de avaliação pré-operatória, a Sra. Kuteh teve contato com centenas de pacientes.
No entanto, após apenas uma queixa oficial e algumas queixas verbais que foram anotadas por outras enfermeiras - Dartford e Gravesham - começaram os procedimentos disciplinares que levaram à demissão de Kuteh. O Hospital também a encaminhou para o Conselho de Enfermagem e Obstetrícia para processos de desqualificação.
A enfermeira, que também é mãe de três filhos descreve sua demissão como "uma punição extremamente desproporcional".
Ela fez uma reclamação por demissão injusta, buscando reintegração e compensação, e agora está sendo apoiada pelo 'Christian Legal Center' (um grupo de advogados que se empenham em defender a liberdade religiosa).
"Embaraçoso e doloroso"
Em média, a Sra. Kuteh atendia cerca de 30 a 40 pacientes por semana, e ao longo de seis meses falou com centenas deles.
A enfermeira disse que, embora não tivesse intenção de impor suas crenças aos outros, às vezes testemunhava a eles como sua própria fé em Cristo a ajudou a superar momentos de adversidade.
"Eu tento tranquilizá-los, me baseando na alegria e paz que eu realmente encontrei em Jesus", disse ela.
Em abril de 2016, sua chefe entrou em seu escritório e disse que ela tinha sido informada por outros funcionários sobre algumas queixas de pacientes que ela tinha "discutido sobre religião" com eles.
A Sra. Kuteh disse que a partir de então, ela só iria falar sobre religião se o paciente pedisse.
Mas em junho de 2016, ela foi chamada para o escritório de sua chefe e ficou chocada ao saber que outras queixas tinham sido feitas. Apenas alguns dias depois, a enfermeira cristã foi suspensa e escoltada para fora do hospital.
A Sra. Kuteh lembra a experiência como "embaraçosa e muito dolorosa", comparada aos 15 anos de profissão que ela tem.
"Fui retirada do hospital depois de tudo o que fiz durante todos os meus anos como enfermeira e me disseram que não podia nem falar com nenhum de meus colegas", disse ela. "Tudo o que eu tinha feito era cuidar dos pacientes. Como poderia ser prejudicial dizer a alguém sobre Jesus?".
Rejeitada
Após a suspensão, a Sra. Kuteh foi investigada. A diretoria do Hospital gestão alegou que suas "discussões" com os pacientes enquanto preenchia os formulários eram "inadequadas" e fez com que alguns deles "se sentissem desconfortáveis".
Durante a investigação, ela foi informada de que um paciente aparentemente se queixara às enfermeiras de ter recebido uma Bíblia de Kuteh e que a profissional cristã tinha dito que iria orar por ela, embora a Sra. Kuteh tenha dito que só o fez depois que a mulher expressou interesse.
Enquanto os relatórios da diretoria do Hospital se referem a "queixas formais" de pacientes, a Sra. Kuteh teve conhecimento de breves notas manuscritas de colegas que tinham registrado os comentários dos pacientes em poucas linhas, sugerindo que os pacientes ocasionalmente expressaram algum descontentamento.
A Sra. Kuteh não viu as queixas antes da audiência de investigação e também não teve a permissão de chamar os pacientes para a audiência, com a finalidade de investigar suas alegações.
Na sequência de uma audiência disciplinar em agosto de 2016, a Sra. Kuteh foi demitida no mesmo dia e o Hospital a encaminhou para o Conselho de Enfermagem e Obstetrícia. Ela agora enfrenta processos de desqualificação.
Apoiada pelo Christian Legal Center, ela apresentou uma apelação ao Tribunal do Trabalho, alegando que sua demissão foi injusta.