Charity e seus filhos sofreram um ataque violento do Boko Haram na vila de Guyaku, onde vivem, na Nigéria. Era noite e todos estavam dentro de casa.
“Meu irmão veio correndo e falando baixo: ‘apaguem as luzes, apaguem as luzes’ e ouvi alguém dizendo que a vila estava em chamas”, disse Charity ao revelar que fugiram rapidamente com outras pessoas para salvar suas vidas. A filha mais nova estava nas costas de Charity, enquanto fugiam para as montanhas.
“Entramos numa caverna, sentamos e ficamos calados. Eu pensei que meus filhos estavam lá, mas não estavam”, relatou a mãe que disse que ficava sussurrando o nome dos filhos, sem ouvir resposta.
A essa altura, a mãe já não sabia se eles estavam vivos ou mortos. Alguns dias após o ataque, as famílias começaram a retornar à vila e nenhum sinal dos filhos de Charity.
Reencontro
“Um, dois, três dias… uma semana e nada dos meus filhos. Até que, um dia, eu estava em casa sozinha quando escutei um deles me chamando. Enquanto eu gritava por eles, me sentia chocada e feliz”, disse.
“Eles vieram, me abraçaram e começamos a chorar. Eram lágrimas de alegria, estávamos tão felizes. Até a mais nova começou a sorrir quando viu os irmãos”, relatou.
Ao chegar, o filho mais velho, Theophilus, contou o que aconteceu. “Eu estava com medo. Pensei que não sobreviveríamos. Lembro que segurei na mão da minha irmã e corremos”, lembrou.
O que separou a família, conforme eles explicam, é que uma moto entrou no caminho e eles seguiram direções diferentes. Theophilus e a irmã continuaram correndo para outro lado.
Recomeço
Ataques de extremistas islâmicos a vilarejos no Oeste Africano são cada vez mais comuns. Mesmo tendo uma das maiores populações cristãs do mundo, a Nigéria continua perseguindo os seguidores de Cristo.
Apesar dos desafios, Charity e seus filhos permaneceram na vila, mantendo a luz de Cristo brilhando, mesmo quando a escuridão rodeia.
A Portas Abertas tem colaborado com os cristãos perseguidos na região. “A vinda de vocês nos trouxe nova vida, porque não acreditávamos que voltaríamos a viver nessa cidade. Isso nos deu esperança de uma vida no futuro. Não se esqueçam de nós, orem pela Nigéria”, concluiu Charity.