Boomer Bennett testemunha a transformação que pôde viver graças à interferência de Deus, que o tirou de um passado de crimes dando a ele uma nova identidade, um propósito e uma família.
“Eu era uma ameaça para a sociedade. Eu pertencia a comunidade uma comunidade de outros garotos quebrados”, conta Boomer referindo-se a sua vida como membro de uma gangue.
Ele conta que cresceu nas ruas de Los Angeles, sendo o mais velho de quatro meninos, criados por uma mãe solteira trabalhadora que os ensinava o certo do errado, e até os levava à igreja de vez em quando.
Mas para Boomer, isso não foi suficiente do protegê-lo das más influências das ruas.
“Eu tinha mágoa por não ter pai. Tinha mágoa por não ter tido a oportunidade de estar em uma família com mãe, pai e apenas o sonho americano normal. Eu era magoado com isso porque não pedi para estar aqui. Não achava justo", explica.
Figuras paternas
Com esse sentimento, Boomer saiu às ruas em busca de figuras paternas. Assim, aos onze anos ele ingressou numa gangue da pesada, os Crips.
“Eu precisava me provar para um homem, para uma figura paterna. Eu precisava mostrar que podia ser filho, que era digno de ter um pai. Além de ser membro de gangue, eu era uma criança negra pobre e feia”, conta.
“Fiquei muito lisonjeado por ser aceito. Aqueles eram minha família. Aqueles caras não tinham pais; estávamos todos na mesma escola. Todos nós estávamos lidando com a mesma porcaria em casa. Parecia que ali era onde eu deveria estar.”
Ansioso para agradar seus novos “manos”, Boomer conta que começou a roubar para eles e foi preso pela primeira vez ainda aos doze anos. Ele passou sua adolescência entrando e saindo de centros de detenção por comportamento violento e roubo. E foi lá, ele diz, que encontrou algo que não encontrou em nenhum outro lugar: respeito.
“Faltava-me o que a sociedade exigia para que eu tivesse sucesso. Eu estava carente de um pai. Eu estava carente de educação. Toda aquela porcaria que eu precisava para ter sucesso, para ser um membro honesto e contribuinte da sociedade, eu não poderia fazer isso se tentasse. No entanto, este lado da vida – não sou apenas um contribuinte disso, eu estabeleço as regras. Eu faço as regras agora. Eu sou amado. Eu sou querido.”
Aos dezoito anos, Boomer ansiava por estar com a família e até conseguiu um emprego honesto. Mas não durou muito.
"Cheguei em casa e disse a mim mesmo, 'Tudo bem! Vamos tentar a coisa certa.' Eu amava minha mãe, eu amava meus irmãos e sei que eles me amavam demais, mas não é onde eu pertenço. Estou muito envolvido. Estou em uma missão. A prisão é minha missão’”, acreditava.
Depois de apenas alguns meses, o rapaz voltou para sua gangue, onde liderou uma onda de assaltos para financiar suas operações. Um ano depois, aos vinte anos, Boomer foi preso, considerado culpado por roubo e condenado a dezesseis anos na prisão estadual da Califórnia.
“Minha mentalidade era: esta é minha casa. Eu considerava liberdade na prisão, porque entraria lá e seria aceito pela minha comunidade, por todos os meus manos lá”, lembra.
‘Eu era o meu deus’
Mesmo na prisão, Boomer cuidara da segurança e das operações de sua gangue. Por isso, subiu na hierarquia rapidamente.
“Não era o cara top, mas estava lá em cima. Estava com esse círculo e estávamos tomando decisões e fazendo ligações. Eu era um deus em minha própria mente; eu era meu próprio Deus. E quanto mais subia na escada, mais e mais era adorado”, conta.
Boomer Bennett foi preso pela primeira vez aos 11 anos. (Captura de tela/CBN News)
Por cinco anos, Boomer comando estimulando brigas e ódio racial com outras gangues. Então, no verão de 2009, Boomer fez um pedido que teve consequências desastrosas.
“Mandei alguns dos meus meninos buscar água, e alguns hispânicos estavam lá pegando água ao mesmo tempo. Seus copos bateram e um tumulto eclodiu. Todos os três negros morreram, um dos hispânicos morreu e muitas pessoas ficaram feridas”, relembra.
A voz de Deus
Depois da confusão, Boomer diz que a prisão entrou em um bloqueio de dezesseis meses. Cheio de ódio e raiva, ele começou a fabricar armas e planejar vingança. Foi então que ele ouviu alguém falar com ele. E, naquele momento, ele soube imediatamente quem era.
"Deus me perguntou o que eu estava fazendo. Foi uma voz de autoridade que me fez parar. Foi o que Deus me disse: 'Você não cometeu atos de violência contra seres humanos, você cometeu atos de violência contra mim porque todo ser humano carrega minha imagem.' A partir daquela conversa com Deus, eu sabia que eu não era Deus.”
"Eu tive que lidar com 'Você estava implícito nisso. Você carregou toda essa farsa de raças contra raças'. Eu não podia negar a realidade que porque eu instiguei esse ódio racial, aqueles caras estavam mortos. Essa é a primeira vez na minha vida que eu não poderia justificar a violência contra outro ser humano. E isso me quebrou”, contou.
Boomer diz que conhecia a realidade deles, o que levou a tudo aquilo.
“O contexto de tudo o que eu achava certo e errado mudou naquela cela. E durante o bloqueio, eu sentei na minha cama e Deus me levou por toda a minha vida, cada ato de violência que cometi, tudo o que roubei, cada mentira que contei. Eu nem sabia muito sobre Jesus, mas sabia que o estilo de vida que eu estava vivendo era um lixo aos olhos de Deus", disse Boomer.
Abandonando o crime
Depois daquela experiência, Boomer deixou sua gangue e, nos dois anos seguintes, estudou a Bíblia e frequentou a capela para aprender mais sobre como viver para Jesus.
Em 2012, enquanto ainda cumpria pena, ele cofundou a ‘Jesus Followr University’, uma organização sem fins lucrativos que ensina outras pessoas a seguir a Cristo.
Em 2016, ele foi liberado e se tornou pastor e palestrante. Boomer se casou e é um pai sempre presente para seus quatro filhos. Ele diz que se baseia em seu relacionamento com Deus para conduzi-los bem.
“Deus se tornou meu Pai naquela cela. Esse é o fundamento da minha vida: que eu fui adotado por Deus. Nesta vida, posso ser exatamente quem Deus me criou para ser.”