Numa pregação recente, compartilhada em seu canal no Youtube, o pastor Luciano Subirá alertou a igreja sobre a falta de abordagem do tema bíblico “inferno” e como isso pode afetar a vida das pessoas, hoje em dia.
Segundo ele, a sociedade moderna tem acusado os cristãos de “manipulação” quando pregam sobre o inferno e a condenação. Talvez seja por esse motivo pelo qual os líderes da igreja estejam evitando esse assunto.
“Deveríamos fazer silêncio sobre a realidade do inferno para não provocar nenhum tipo de temor nas pessoas?”, questionou. Na sequência, lembrou que foi o próprio Cristo que disse: “Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno”. (Mateus 10.28)
O inferno é real?
Durante sua mensagem intitulada por “Remidos do Inferno”, o teólogo lembra que muitos estão tentando negar a realidade do inferno usando a própria Bíblia. “Isso realmente me incomoda porque as Escrituras falam sobre o inferno com muita clareza”, apontou.
Há consequências quando os pregadores tentam abolir o inferno, segundo Subirá. “É claro que o foco da mensagem da salvação não é o medo do inferno, mas a compreensão do amor de Deus, que nos ofereceu uma alternativa para não estar nesse lugar”, explicou.
“Serpentes! Raça de víboras! Como vocês escaparão da condenação ao inferno?” Citando o texto bíblico de Mateus 23.33, reforça que Jesus confirmou a existência do inferno e da realidade da condenação.
Se Deus é amor, por que Ele criou o inferno?
“Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos.” (Mateus 25.41)
O pastor ainda cita que a Bíblia é clara quando diz que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos que se rebelaram contra Deus. “As pessoas que serão destinadas a esse lugar será porque seguiram a mesma trajetória de rebeldia”, acrescenta.
“Na verdade o inferno não foi criado para o homem, mas a mesma Bíblia que mostra Deus se revelando com amor, mostra que Ele se revela também com justiça. Ele não fará vista grossa, Ele será justo. Só vai para o inferno aquele que se rebelar e não aceitar o livramento que Ele oferece”, esclareceu.
O pastor ressalta ainda que Deus oferece essa salvação, mas que o ser humano tem a sua responsabilidade e participação nisso. Citando John Stott (1921-2011), teólogo britânico e renomado do tempo moderno: “Nós barateamos o Evangelho quando o retratamos apenas como algo que nos liberta da tristeza, do medo, da dor, da culpa e de outras necessidades pessoais, ao invés de apresentá-lo com uma força que nos liberta da ira vindoura”, sublinhou.
Universalismo
Lembrando que a igreja de antigamente falava muito mais sobre a realidade do inferno e que as pessoas compreendiam o valor da salvação porque conheciam a condenação, o pastor faz uma comparação com a igreja do presente século.
“Evitando ser ofensivos ou por outras razões, os cristãos preferem não falar muito sobre o inferno. Há um número cada vez maior de pessoas que têm adotado uma linha que, na teologia, nós chamamos de ‘universalismo’. É basicamente, uma tentativa de dizer que, no final, já que Deus é amor, ninguém vai para o inferno”, disse.
“Mas tudo o que Cristo disse sobre o inferno é verdadeiro. Se não fosse, então tudo o mais que ele falou não deveria ser levado a sério. Não podemos ignorar a realidade do inferno. Jesus o apresentou como um lugar de tormento eterno”, observou.
“Ele traz a pá em sua mão e limpará sua eira, juntando seu trigo no celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.” (Mateus 3.12)
Usando esse texto, Subirá sinaliza que João Batista estava fazendo uma alusão ao texto de Isaías 66.24 — “Sairão e verão os cadáveres dos que se rebelaram contra mim; o seu verme não morrerá, e o seu fogo não se apagará, e causarão repugnância a toda a humanidade.”
Segundo o pregador, há vários textos bíblicos que esclarecem o que realmente significa o inferno. E finaliza com o texto apocalíptico que diz: “O diabo que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.” (Apocalipse 20.10)
“Nós não estamos pregando a dúvida ‘vai que exista o inferno’, nós partimos de uma certeza que ele é real, mas graças a Deus que o caminho para escapar dele também é real e verdadeiro. É essa fé que tem que ser comunicada. Então,que a oferta de amor que nos livra da condenação eterna seja abraçada”, concluiu.
“Se, porém, você advertir o ímpio e ele não se desviar de sua impiedade ou dos seus maus caminhos, ele morrerá por sua iniquidade, mas você estará livre de culpa.” Ezequiel 3.19)