A Universidade de Michigan Health foi acusada de demitir injustamente uma médica assistente que buscou isenção religiosa para não participar de procedimentos de mudança de sexo e nem usar os pronomes escolhidos de pacientes trans-identificados.
Uma reclamação foi enviada à universidade, através do First Liberty Institute — organização cristã que atua no meio jurídico — em defesa de Valerie Kloosterman.
O documento foi enviado na última terça-feira (27), ao conselheiro geral da Universidade de Michigan Health, Peter VanLaan e ao vice-presidente Timothy G. Lynch.
O texto esclarece que, em 2021, Valerie “foi obrigada a assinar algumas declarações sobre orientação sexual e identidade de gênero para poder concluir um módulo de treinamento”, explicou o conselheiro sênior da First Liberty, Jordan Pratt.
Ditadura transgênero
Conforme o documento em defesa da médica, a profissional não teve chance de expressar seu posicionamento conforme suas crenças: “Ela não poderia completar o treinamento a menos que desse sua assinatura confirmando aquelas declarações”.
Várias reuniões subsequentes com funcionários da Michigan Health, no ano passado, acabaram resultando em sua demissão, mostrando que “os funcionários expressaram hostilidade em relação às suas crenças”.
De acordo com os relatórios, a médica “relutou em encaminhar pacientes para certos medicamentos e procedimentos relacionados à disforia de gênero”.
Sobre a questão de não usar pronomes que não correspondem ao sexo biológico de um paciente, a resposta da médica foi simples — ela disse que não faria isso, mas que usaria os nomes dos pacientes no lugar de pronomes para respeitar seus desejos.
Esses comentários, no entanto, irritaram o diretor do Departamento de Diversidade, Equidade e Inclusão. O profissionalismo e o excelente atendimento médico para todos os pacientes, parece não ter sido o suficiente para ele.
Intolerância aos cristãos
“Valerie se defendeu dizendo que não pode, em sã consciência, encaminhar pacientes para medicamentos experimentais e procedimentos que violem suas opiniões médicas e nem mesmo suas convicções religiosas”, compartilhou Pratt.
A Michigan Health tentou se defender dizendo: “A Universidade de Michigan Health-West está comprometida em fornecer tratamento médico adequado a todos os pacientes e respeita as crenças religiosas de seus funcionários. Nossa organização não discute questões pessoais, sendo assim, não temos comentários”.
No início deste ano, a Universidade anunciou que havia sido considerada uma das melhores no “desempenho para igualdade de saúde LGBTQ+” pela Human Rights Campaign, um grupo ativista LGBT.
No anúncio, a universidade disse que ganhou essa designação por ter treinamento em atendimento centrado no paciente LGBT, dando benefícios iguais a casais do mesmo sexo, promovendo políticas iguais de visitação hospitalar e promovendo recursos para pacientes LGBT.
“Estou orgulhoso do compromisso de nossa equipe com a inclusão como um de nossos valores fundamentais e seu entusiasmo em continuar construindo ‘nosso progresso’. Não há espaço nessa missão para excluir ninguém”, disse o CEO da UMH-West, Dr. Peter Hahn.
O orgulho do CEO, no entanto, é motivo de indignação daqueles que são “excluídos” de seus papéis como profissionais. “É intolerância exigir que profissionais médicos como Valerie abandonem suas crenças religiosas e sua ética médica para permanecerem empregados”, concluiu Pratt.