Uma terapeuta ocupacional cristã que foi suspensa de seu trabalho por nove meses, depois de orar com sua colega de trabalho muçulmana perdeu seu recurso perante um tribunal de trabalho.
Como relatado anteriormente, Victoria Wasteney, agora com 39 anos, tinha desenvolvido uma amizade com sua colega Enya Nawaz, agora com 28 anos, enquanto trabalhavam no St. John Howard Center, um hospital psiquiátrico, em Londres.
De acordo com Wasteney, ela e Nawaz discutiam abertamente as diferenças entre o islamismo e o cristianismo, e Wasteney tinha falado com Nawaz sobre os esforços de sua igreja para combater o tráfico humano.
"Toda a base de nossas conversas em torno da fé começou com ela dizendo-me que ela tinha experimentado um encontro com Deus, que ela sentiu que tinha sido trazida para Londres por uma razão particular", disse Wasteney aos repórteres.
"Nós duas estávamos interessadas, mutuamente, no que estavámos envolvidas", disse ela. "Era parte do processo normal de construir um relacionamento com alguém. Falávamos principalmente coisas que nos interessados dentro e fora do trabalho".
O caso
Em 2013, Nawaz compartilhou com Wasteney, durante um horário de almoço, suas preocupações pessoais com relação problemas de saúde e Wasteney se ofereceu para orar por ela.
Wasteney recordou o caso, relatando ao Telegraph: "Eu coloquei minha mão em seu joelho para confortá-la e perguntei se estava tudo bem, e disse: 'Você gostaria que eu orasse por você? Ela disse que sim, então eu pedi a Deus para trazer-lhe paz e cura. Ela saiu do escritório depois e disse que ela estava bem".
A mulher cristã também convidou sua colega de trabalho para ir à sua igreja e deu-lhe um exemplar do livro "I Dared to Call Him Father" ("Eu Ouso Chamá-lo de Pai"), que é sobre uma mulher muçulmana que se converteu ao Cristianismo.
Pouco tempo depois, a Sra Nawaz alegadamente apresentou uma queixa junto ao Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, alegando que Wasteney tentou convertê-la ao cristianismo.
Como as duas mulheres discutiram muitas vezes abertamente suas crenças religiosas, Wasteney disse que ficou "chocada" com a decisão de Nawaz em registrar uma reclamação.
"Não foi um caso no qual eu forcei o cristianismo sobre ela", disse.
A penalidade
De acordo com o Telegraph, o Hospital 'East London NHS Foundation Trust' (onde as duas colegas trabalhavam) respondeu ao caso, suspendendo Wasteney durante nove meses com salário integral após julgá-la culpada de "intimidação" e "assédio".
Inicialmente, a terapeuta de saúde aceitou a advertência por escrito, que permaneceria em seu registro de emprego por 12 meses e também aceitou diversas condições destinadas a impedí-la de discutir sua fé e suas crenças com colegas de trabalho.
O caso, em seguida, foi objeto de recurso para um tribunal do trabalho em um esforço para chamar a atenção para as preocupações sobre quem pode enfrentar a disciplina para falar sobre sua fé no local de trabalho. Mas o tribunal confirmou a decisão do painel, afirmando que ele lidou adequadamente com a situação.
Wasteney podia recorrer da decisão, mas na última quinta-feira (7), o juiz Eady QC concordou que os empregadores da mulher cristã estavam certos em discipliná-la, segundo relatos da BBC.
"O que o tribunal falhou claramente em fazer foi dizer como, no mundo politicamente correto de hoje, qualquer cristão pode até mesmo entrar em uma conversa com um colega de trabalho sobre o tema da religião e não, potencialmente, mais tarde, acabar em um tribunal de trabalho", Wasteney disse em um comunicado. "Se alguém enviar mensagens de texto amigáveis aos colegas, como vai saber se eles podem ou não ficar ofendidos? Eu não tinha idéia que eu estava a perturbando".
Ela explicou que ela e Nawaz são amigas, e compartilhou uma mensagem de texto da moça islâmica.
"Espero que você esteja bem, Victoria. Você é uma gerente incrível e uma pessoa maravilhosa. Eu espero que você nunca se sinta de outra maneira!", dizia a mensagem.
Desrespeito
Wasteney disse aos repórteres que ela acredita que o NHS optou por discipliná-la porque o cristianismo é "muito desrespeitado" na Inglaterra.
"Anteriormente um culto de cristão que eu realizava com pacientes foi fechado, mas o alojamento para os muçulmanos praticarem sua fé foi inteiramente facilitado e incentivado", disse ela.
Andrea Williams, executiva-chefe do 'Christian Legal Center' ("Centro Legal Cristão"), também condenou a decisão, afirmando: "Nosso sistema legal foi fundada em valores cristãos e, no entanto, agora vemos que ele é um dos sistemas jurídicos mais liberais e anti-cristãs no mundo ocidental".
Ela acrescentou: "Precisamos de uma revisão radical do equilíbrio de direitos neste país que está inclinado a favorecer religiões e ideologias diferentes do cristianismo. Isso é irônico, dado que é o cristianismo que tem dado a nossa sociedade, liberdade, tolerância e hospitalidade".