Pastor prestes a cometer suicídio muda de ideia ao passar 3 dias com um “anjo”

Sobre a depressão, o pastor acredita que chegou a esse ponto porque muitas pessoas não querem mais ouvir a dor do próximo.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: sexta-feira, 1 de julho de 2022 às 13:16
Pastor Gilberto Araújo, fundador do movimento Fire Universitário. (Foto: Captura de tela/YouTube Cortes do Hub)
Pastor Gilberto Araújo, fundador do movimento Fire Universitário. (Foto: Captura de tela/YouTube Cortes do Hub)

Em entrevista ao Hub Podcast, o pastor Gilberto Araújo — fundador do movimento Fire Universitário — revelou que tentou o suicídio durante a pandemia, mas que foi impedido através de um “anjo”

No vídeo publicado em 9 de junho, no canal do YouTube “Cortes do Hub”, ele deu detalhes sobre os três dias que mudaram o rumo de sua vida. 

“Um dia, eu acordei pela manhã, e ‘laços de morte me cercaram’, como diz o salmista. Eu não tinha mais vontade de viver, cara. Pensei em suicídio durante muito tempo”, revelou durante a entrevista.

Planos de acabar com a própria vida

“Eu voltei a andar de longboard [skate maior que o convencional], porque se eu pulasse de um prédio seria muito delicado. Um acidente seria menos feio, então eu desci a ladeira a 80 km por hora”, contou.

Vendo que nada aconteceu, o pastor conta que decidiu fazer devocional no Museu Nacional. “Eu chorava e orava ao Senhor, lendo a Bíblia. Fiz isso várias vezes, até que chegou um mendigo perguntando como eu estava”, continuou.

Gilberto respondeu ao mendigo: “Pô mano, tô pensando em suicídio”, e contou que o silêncio foi total, durante 5 minutos. “Como ele não disse nada, eu rompi o silêncio, porque o silêncio é angustiante”, explicou.

O pastor disse que perguntou ao mendigo se ele também não pensava em suicídio. “Ele disse que não e que tinha medo de ir para o inferno”, disse ao reconhecer que foi constrangedor ouvir aquilo.

“O que ouvi dele gerou muita vida em mim. No primeiro dia, ele só falou de vida. Ele tinha aproximadamente 60 anos. E eu nem perguntei o nome dele, eu só o ouvia”, completou.

‘Ele falou de vida e esperança’

Comparando o mendigo a um ‘filósofo urbano’, Gilberto disse que ele falava com propriedade de vida, algo que só a dor pode gerar. “Foi assim o contato com ele, no primeiro dia”,  disse.

Ao revelar que, durante o período de pandemia, estava lendo a Bíblia incessantemente, o pastor conta que voltou ao Museu Nacional no mesmo horário, à meia noite, para fazer o devocional.

“Pela segunda vez, o mendigo apareceu. Ele já foi dizendo: ‘Não quero comida, não quero dinheiro, eu só quero conversar. Como você está?’. Respondi que estava muito mal e que, talvez, tivesse vivido uma crise de ansiedade”, relatou. 

Naquele segundo dia, conforme o pastor, o mendigo só falou de esperança. Ao compartilhar que também esteve na África, fazendo ‘um mochilão’ — viagem com poucos recursos — o mendigo disse que tinha esperança de fazer o mochilão em Paris. 

“Isso mexeu comigo”

Ouvir um mendigo falar de esperança abalou o pastor que pensava em suicídio. “Isso mexeu comigo. Um cara com esperança e eu invadido por uma tristeza que não tinha resposta. Saí dali reflexivo com aquele nível de esperança”, disse. 

Segundo o pastor, a vontade de viver começou a voltar. “No terceiro dia, acordei, tomei banho e assisti ao noticiário. Li a Bíblia das 18h até meia noite e depois fui para o museu, louco para ver o mendigo”, lembrou.

“Naquele dia, não chorei. Quando vi o cara, corri e abracei ele. Era o terceiro dia e ele só falou de alegria. Rimos até de piadas sem graça. Pedi uma pizza no IFood, comemos e oramos. E a vontade de morrer cessou”, ele relatou. 

“Passei 3 dias com um anjo”

No quarto dia, quando Gilberto chegou ao museu, no mesmo horário, o mendigo não apareceu. “No quinto dia ele não apareceu também. Uma semana passou e eu não encontrei mais o cara”, lamentou.

“Abri a Bíblia em Hebreus 13.2 — Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber alguns acolheram anjos. Mano, eu passei 3 dias com um anjo”, associou o pastor.

“Eu até comi pizza com um anjo, sem ter contato com mais ninguém”, disse ao reconhecer que, muitas vezes, Deus age assim porque as pessoas não estão dispostas a ouvir sobre as nossas tristezas.

Sobre a depressão, o pastor conta que chegou a esse ponto por não poder compartilhar sua dor com os amigos. “O outro é só simpático, não é empático. Não dá pra compartilhar a vida com quem não tem cicatriz. Que tal, então, Deus te apresentar um mendigo que entende o que é dor?”, concluiu. 

Sobre o pastor e o movimento “Fire Universitário”

O pastor que exalta Deus por seu “juízo, misericórdia e graça”, é professor de história, antropologia, sociologia e ética cristã. 

Gilberto Araújo é também fundador e coordenador do movimento “Fire Universitário”, que “atua profeticamente dentro das universidades” e nas mais diversas áreas da sociedade, conforme descreve o site da organização.

De acordo com o fundador, o movimento se resume em 1 Coríntios 2.4-5: “Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus”. 

“Sonhamos com uma geração de universitários apaixonados por Jesus, jovens com mentes iluminadas e corações incendiados que através dos princípios do Reino de Deus reeditarão sistemas e reformarão as nações”, declarou.

“Devemos ser modeladores de culturas e legítimos tradutores do Reino dos céus para o homem contemporâneo, através da cultura, criatividade, ciência e sabedoria”, conclui a descrição no site. 

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