De acordo com um relatório divulgado pela Sociedade Bíblica Americana, desde o ano passado, houve uma “queda sem precedentes” no número de usuários da Bíblia, nos Estados Unidos.
O relatório “State of the Bible USA 2022”, divulgado na última quarta-feira (6), baseou suas descobertas nas respostas coletadas numa pesquisa com 2.598 adultos norte-americanos.
Realizado no mês de janeiro, o 12º relatório anual fez uma variedade de perguntas sobre o uso da Bíblia e sobre o que as pessoas pensam sobre seu papel na sociedade.
Quem são os “usuários da Bíblia”?
A Sociedade Bíblica Americana define como “usuários da Bíblia” aqueles que a leem pelo menos três ou quatro vezes por ano, por conta própria e fora do ambiente da igreja.
Em 2014, havia 53% de usuários da Bíblia entre a população adulta dos EUA. Em 2021, o número caiu para 50%. Em 2022, no entanto, apenas 39% da população americana adulta está entre os usuários da Bíblia.
Essa porcentagem sugere que o número de usuários da Bíblia, nos EUA, caiu de 128 milhões em 2021 para 103 milhões em 2022. Ou seja, cerca de 25 milhões de pessoas deixaram de consultar a palavra de Deus.
Pessoas que leem a Bíblia diariamente
A pesquisa também analisou, entre os americanos, um grupo que faz uso diário da Bíblia, fora da igreja. Apenas 10% dos entrevistados assumiram ler a Palavra todos os dias.
Outros 4% utilizam a Bíblia de quatro a seis vezes por semana, 7% de duas a três vezes, 5% somente uma vez, semanalmente, e 7% a leem uma vez por mês.
Mais da metade (60%) dos americanos usam a Bíblia menos de três a quatro vezes por ano. Uma pluralidade (40%) dos entrevistados nunca leu a Bíblia por conta própria, enquanto 12% a lê menos de uma vez por ano e 8% a lê uma ou duas vezes por ano.
Cai o número de cristãos mais engajados na Bíblia
Ainda de acordo com a pesquisa, houve uma “grande diminuição no envolvimento com as Escrituras”.
O relatório explica que “envolvimento” é definido como “interação consistente com a Bíblia, até ao ponto de moldar as escolhas das pessoas e transformar seus relacionamentos com Deus, consigo mesmo e com os outros”.
O número estimado de americanos engajados nas Escrituras caiu de 64 milhões em 2021 para 49 milhões em 2022.
Ao mesmo tempo, o número estimado de americanos desengajados na Bíblia aumentou de 100 milhões no ano passado para 145 milhões este ano.
Como seriam os EUA sem a Bíblia?
A seguinte pergunta também foi feita aos entrevistados: “Como seriam os EUA sem a Bíblia?”. A pesquisa fez o questionamento apresentando um cenário hipotético onde “ninguém lê a Bíblia”.
Entre os entrevistados, 45% indicou que achava que os EUA seriam “piores sem a Bíblia”. Esta é uma diminuição notável em relação ao ano passado, quando a porcentagem que deu a mesma resposta foi de 54%.
Os outros 48% afirmaram que o país seria “praticamente o mesmo” (em 2021 a porcentagem era mais baixa: 33%) e 14% acham que o país seria “melhor sem a Bíblia”, a mesma porcentagem do ano passado.
‘O país estaria pior se ninguém usasse a Bíblia’
A pesquisa também detalhou os grupos que acreditam que a Bíblia é necessária e que afirmaram que o país estaria em situação pior se não fosse pela palavra de Deus.
Entre os americanos idosos, 64% acredita que a Bíblia é necessária para que haja mudanças positivas no país. A maioria dos baby boomers (57%) e uma pluralidade da geração X (46%) também previram que os EUA estariam “piores” sem a Bíblia. Dos Millennials, a porcentagem é de 31% e da Geração Z, 39%.
Baby Boomers — nascidos entre 1946 e 1964
Geração X — nascidos entre 1965 e 1980
Geração Y ou Millennials — nascidos entre 1981 e 1996
Geração Z — nascidos entre 1997 e 2010
Geração Alpha — nascidos a partir de 2010 até 2025
A Bíblia ajuda no desenvolvimento do caráter
No geral, quase metade dos entrevistados (49%) concordou “fortemente” ou “um pouco” que “a leitura da Bíblia é um componente importante no desenvolvimento do caráter de uma criança.
33% dos Baby Boomers “concordaram fortemente”, 28% dos da Geração X, 19% dos Millennials e 20% dos da Geração Z.
49% dos adultos também concordaram com a afirmação de que “a Bíblia contém tudo o que uma pessoa precisa saber para viver uma vida significativa”.
Mais uma vez, os mais velhos foram muito mais propensos do que seus colegas mais jovens a “concordar totalmente” com essa afirmação. A parcela de idosos que “concordou fortemente” com essa afirmação foi medida em 44%, seguida por 34% dos Baby Boomers, 31% da Geração X, 22% da Geração Z e 19% dos Millennials.