Soldado cristão vai à Ucrânia para ajudar vítimas: ‘Sou embaixador de Cristo’

O sargento de primeira classe Christian Hickey conta que sentiu que precisava fazer alguma coisa para ajudar os ucranianos.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: segunda-feira, 28 de novembro de 2022 às 12:42
O militar americano Christian Hickey está em missão na Ucrânia. (Foto: Reprodução/Boinas Verdes USA)
O militar americano Christian Hickey está em missão na Ucrânia. (Foto: Reprodução/Boinas Verdes USA)

Christian Hickey é um ex-fuzileiro naval que ingressou no Exército como Boina Verde das Forças Especiais de elite. Assim que a Ucrânia foi invadida pela Rússia, o sargento de primeira classe sentiu que precisava fazer alguma coisa. Mas lutar não fazia parte de sua vocação.

"Não fui chamado aqui para derramar sangue. Só fui chamado aqui para contar às pessoas sobre o sangue que foi derramado por elas há muito tempo", disse Hickey à CBN News.

Seus superiores ficaram preocupados sobre um guarda nacional dos EUA trabalhando na Ucrânia, mas Hickey conta que Deus abriu as portas para ele ir.

"Não estou aqui representando o Exército dos Estados Unidos. Não estou aqui representando meu comando. Não estou aqui representando a Guarda Nacional. Estou aqui como um embaixador de Jesus Cristo, e é exatamente isso que estou fazendo aqui. Como missionário na Ucrânia", disse ele.

Assim que desembarcou no país, Hickey diz que encontrou as tropas ucranianas em necessidade desesperada.

"Esses caras não têm médicos. Eles têm como um médico em uma linha de mais de 100-150 pessoas. Uma pessoa que é um pouco treinada", disse Hickey.

Assim, ele pode ajudar, já que o cuidado de vítimas de combate tático é uma de suas especialidades.

"Eu entrei no centro de treinamento deles e eles me viram e sabiam exatamente que esse cara é diferente. E eles correram até mim e disseram, 'você pode nos ajudar?'"

Linha de frente

Aqueles homens tiveram suas vidas completamente mudadas pela guerra. Sete meses atrás, esses soldados eram padeiros, motoristas de ônibus e advogados e agora estavam mergulhados no caos. Hickey ensinou a eles as habilidades de que precisavam para estabilizar seus irmãos feridos.

"Para ajudar a levá-los a um nível mais alto de atendimento. É principalmente com isso que gosto de lidar. É como 'ei, aqui está como salvar a vida de um irmão' ou 'aqui está como permanecer vivo se você estiver ferido'", disse.

O militar americano diz que passar tempo com os ucranianos na linha de frente deu a ele um profundo entendimento sobre as dificuldades que eles enfrentam. É um tipo de guerra diferente do que ele estava acostumado.

"Eles são heróis absolutos", disse Hickey. "Não acho que as pessoas realmente entendam o que esses soldados ucranianos estão realmente passando.”

"É a coisa mais assustadora com a qual já lidei na linha de frente. Quando você não pode ver à sua frente, e ainda tem um drone russo acima de você, que tem liberdade de movimento para direcionar seus tiros bem em cima de você."

Inverno

Hickey explica que à medida que a guerra avança, sua missão está evoluindo para atender às necessidades. Poucos dias após a queda de Kherson, com a população ficando sem comida, Hickey e sua equipe trouxeram um comboio de ajuda para o resgate.

"Estamos mudando um pouco de marcha. Este inverno vai ser absolutamente difícil para o povo ucraniano. Haverá pessoas idosas, que eu amo e respeito, que vão morrer congeladas dentro de suas casas. E quer saber, estaremos aqui para entregar comida, entregar lenha. Estaremos aqui durante todo o inverno", disse ele.

"Queremos basicamente ser as mãos e os pés de Jesus", continuou ele. "Essas ONGs muito fortes e poderosas compraram toda essa comida e não têm o braço de ação para realmente entregá-la. Pegaremos a comida e garantiremos que ela chegue às pessoas certas, no lugar certo, na hora certa."

Chegar às aldeias ao redor de Kherson é especialmente perigoso, pois a área ainda está repleta de campos minados russos. Quando recebem a ajuda, esses moradores ficam ainda mais gratas quando Hickey e sua equipe arriscam tudo para chegar até eles.

"Desde que estou aqui, fiz mais coisas relacionadas aos Boinas Verdes do que jamais fiz em minha carreira militar. Estou aqui trabalhando com a população, trabalhando ao lado deles, fornecendo-lhes as habilidades de que precisam, fornecendo-lhes comida, fornecendo-lhes água e ajudando a construí-los."

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