A tabeliã de Kentucky (EUA), Kim Davis pode ser presa novamente, em razão de uma nova denúncia e comentou o que lhe causou mais dor durante a sua provação.
"O que as pessoas dizem sobre mim não define quem eu sou", Davis disse à ABC News, na última segunda-feira.
A funcionária pública de 50 ano confessou ter sido chamada de "Hitler" e "homofóbica" por alguns de seus delatores, mas disse que ser chamada assim não fere seus sentimentos.
"Eu já fui chamada de coisas e nomes que eu nem sequer pronunciava quando eu não era cristã. Esses nomes não me machucam", declarou Davis. "O que provavelmente me machuca mais é quando alguém me diz que meu Deus não me ama ou que eEe não está feliz comigo comigo, que eu sou uma cristã hipócrita".
Davis afirma que ela nunca proferiu discurso de ódio contra ninguém durante a controvérsia.
"Eu sou apenas uma pessoa normal que tem sido tocada pela graça de Deus e por Sua misericórdia", acrescentou a tabeliã, que também assumiu que nem sempre tem sido uma boa pessoa, mas se sente perdoada por Deus.
"Os cidadãos me elegeram, mas a principal autoridade que rege a minha vida é o Senhor Jesus", disse Davis.
Ela disse à ABC News que é não pode "colocar seu nome em uma licença que não representa o que Deus ordenou para que fosse o casamento".
Segundo a Reuters, Davis está novamente em desacato à decisão federal contra ela, por causa de uma acusação feita por advogados do querelante, de que ela teria alterado formulários de casamento para dar cumprimento à sua objeção de consciência religiosa sobre o casamento homossexual.
Davis voltou a trabalhar na semana passada, depois de ser presa por cinco dias em razão do "desacato aos encargos judiciais" e foi ordenada a não interferir direta ou indiretamente na emissão de licenças para casamentos.
O advogado da tabeliã diz que estão sendo solicitadas licenças para remover seu nome das licenças de casamento e que estes documentos não sejam assinados por um funcionário com seu nome anexado.
Segundo as fontes da BBC e outros meios de comunicação, Davis tirou o nome das licenças de casamento, substituindo-o com a frase "nos termos da ordem judicial federal". Davis disse à ABC News que ela iria voltar para a cadeia se os tribunais federais ordenassem que ela interrompa alteração das licenças.
O advogado de Davis (integrante do Conselho da Liberdade), Mat Staver expressou sua indignação com os demandantes para ir junto com o compromisso.
"A ação da União pelas Liberdades Civis (ACLU) para manter Kim Davis sob acusação de desacato revela que seu interesse não está exatamente nas licenças para casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas sim uma licença de casamento com o nome de Kim Davis. Eles querem o seu couro cabeludo para pendurar na parede como um troféu", disse ele à Reuters.