Pelo menos 22 pessoas morreram e 50 ficaram feridas neste domingo (9), quando uma explosão abalou uma igreja copta no Delta do Nilo, no Egito, segundo informou a emissora estatal de notícias. Este foi o último ataque a uma minoria religiosa que tem se tornado um alvo cada vez mais frequente de militantes islâmicos.
A autoria do ataque foi reinvindicada pelo Estado Islâmico.
O ataque ocorreu apenas uma semana antes da Páscoa Copta.
O bombardeio em Tanta, uma cidade do Delta do Nilo, a menos de 100 quilômetros do Cairo, também aconteceu em paralelo ao fortalecimento do braço do Estado Islâmico no Egito. O gruoi tem intensificando os ataques contra os cristãos no país.
Em fevereiro, famílias cristãs e estudantes empreenderam uma fuga em massa fugiram da província do Sinai, depois que o Estado Islâmico começou com uma série de assassinatos direcionados.
O ato terrorista deste domingo ocorreu meses depois de outra explosão ter matado 25 pessoas em uma catedral copta do Cairo, em dezembro de 2016. Estado islâmico mais tarde reivindicou a responsabilidade pelo ataque na época.
Testemunhas oculares da explosão de domingo descreveram uma cena de carnificina.
"Houve uma enorme explosão no corredor. Fogo e fumaça preenchiam a sala e os ferimentos dos que foram atingidos eram extremamente graves. Eu vi os intestinos dos feridos expostos e outras vítimas com suas pernas arrancadas de seus corpos", disse Vivian Fareeg à Reuters por telefone.
Uma mudança nas táticas do Estado islâmico - que apresentou conflitos de baixos níveis durante anos - agora tem como alvos soldados, policiais e civis cristãos. O grupo ampliou seu alcance para o continente do Egito, o que é um 'ponto de virada' notável em um país que tenta impedir uma insurgência (terrorista) e o derramamento de sangue sectário mais amplo.
A comunidade cristã do Egito tem se sentido cada vez mais insegura, desde que o Estado Islâmico se espalhou pelo Iraque e pela Síria em 2014, atacando impiedosamente as minorias religiosas. Em 2015, 21 cristãos egípcios que trabalhavam na Líbia foram mortos pelo Estado islâmico. As decapitações foram filmadas e divulgadas de forma tenebrosa em um vídeo editado por integrantes do próprio grupo terrorista.
Coptas enfrentam ataques regulares de vizinhos muçulmanos, que queimam suas casas e igrejas em áreas rurais pobres, geralmente enfurecidos por causa de um romance inter-religioso ou pela construção de uma igreja.
A região de Tanta também foi o local de outro ataque no início deste mês, quando um policial foi morto e 15 ficaram feridos, depois que uma bomba explodiu perto de um centro de treinamento da polícia.
ATUALIZAÇÃO:
O número de mortos neste ataque já subiu para 26.