Recentemente, o Judiciário Iraniano condenou à morte mais três manifestantes antigoverno sob a acusação de “travar guerra contra Alá”, de acordo com a agência iraniana de notícias Mizan.
Mesmo sob crescentes críticas internacionais, Saleh Mirhashemi, Majid Kazemi e Saeid Yaghoubi foram condenados por “supostamente” matar membros da milícia voluntária Basij, durante protestos contra o governo, na cidade central de Isfahan.
A agência também informou que outros dois manifestantes foram enforcados, no sábado (7). Um deles era campeão de karatê com títulos nacionais.
Vale lembrar que, em dezembro, dois jovens foram executados, ambos de 23 anos. Conforme o Guiame publicou, as autoridades do Irã prometem condenar qualquer um que se recuse a ficar calado diante das atrocidades cometidas pelo governo nos últimos meses.
Ativistas de direitos humanos apontam para as execuções, prisões e duras sentenças por parte do governo religioso, contra manifestantes, como uma tentativa de intimidar os cidadãos e causar medo o suficiente na população para acabar com a agitação.
Por que os iranianos estão protestando?
A revolta dos iranianos contra o governo transbordou com a morte da jovem de 22 anos, Mahsa Amini, após ser espancada por policiais iranianos por não estar usando corretamente o hijab (véu islâmico).
As autoridades parecem estar tentando resolver a questão dos protestos com mais violência, anunciando algumas execuções de manifestantes antigoverno.
Ativistas alertam que as audiências estão acontecendo a portas fechadas. Quase 500 pessoas já foram mortas desde que as manifestações começaram e mais de 18 mil pessoas foram detidas pelas autoridades. Porém, até agora o povo permanece nas ruas protestando.
Cristãos são perseguidos no Irã
Vale ressaltar que se tornar cristão, no Irã, também é uma atitude antigoverno. “Simplesmente ser cristão é suficiente para que você seja preso no país de maioria muçulmana”, observou o estudo do Reino Unido sobre cristãos convertidos no Irã.
De acordo com o relatório, “muitas prisões ocorrem durante batidas policiais em reuniões religiosas”, além disso, “os cristãos, particularmente evangélicos e convertidos do Islã, continuam a experimentar níveis desproporcionais de prisão e detenção”
Em 2022, dezenas de seguidores de Cristo foram condenados à prisão por causa de suas crenças.