Israel permite que cristãos palestinos visitem Jerusalém durante a Páscoa

Cerca de 850 cristãos que vivem na Faixa de Gaza receberam autorização para visitar pontos considerados sagrados na cidade, durante as celebrações da Páscoa.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 22 de março de 2016 às 13:16
Católicos participam de procissão durante o Domingo de Ramos, no Monte das Oliveiras. (Foto: Amir Cohen / Reuters)
Católicos participam de procissão durante o Domingo de Ramos, no Monte das Oliveiras. (Foto: Amir Cohen / Reuters)

Israel concedeu autorização para cerca de 850 cristãos palestinos que vivem na Faixa de Gaza para que estes visitem Jerusalém durante a Páscoa.

"Muhammad al-Maqadma [porta-voz do Ministério dos Assuntos Civis da Palestina] disse que as autorizações foram o resultado de 'esforços dedicados' do Ministro dos Assuntos Civis Hussein al-Sheikh, a fim de permitir que centenas de cristãos comemorem os feriados dentro de um intervalo de 45 dias", relatou a publicação Oriente Médio Ma'an News.

"Esta é a primeira vez que um número tão grande de cristãos de Gaza receberam licenças para viajar à Cisjordânia e Jerusalém", disse al-Maqadma no sábado.

Durante anos, tem crescido o debate no que diz respeito à supervisão de Israel sobre o acesso a Jerusalém em vários dias sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos.

O site 'Catholic Herald' - com base no Reino Unido - publicou uma reportagem na segunda-feira alegando que funcionários israelenses estariam restringindo propositalmente o acesso de cristãos à cidade santa.

O 'Herald' citou Yusef Daher, secretário-geral do 'Centro Interdenominacional de Jerusalém', que argumentou que os funcionários israelenses não estavam permitindo acesso suficiente a certos locais, como a Igreja do Santo Sepulcro.

"Nos últimos dois anos a Páscoa judaica e outros feriados da Páscoa coincidiram e enquanto os judeus tiveram total liberdade de movimento para entrar na Cidade Velha, o movimento de cristãos que celebravam a sexta-feira e a cerimônia ortodoxa 'Fogo Santo' foram limitados pelas barreiras", observou o Herald.

Em uma coletiva de imprensa na semana passada, o reitor do Patriarcado Latino de Jerusalém, padre Jamal Khader falou sobre o 'contraste' da distribuição recente de licenças, feita por Israel nos últimos anos.

"Em anos anteriores, a permissão (para a entrada dos cristãos de Gaza) foram recebidas aleatoriamente, e se eles não as têm para toda a família, não podem vir", afirmou Khader.

"Você pode imaginar alguns membros da família que conseguem vir para celebrar em Jerusalém, deixando para trás sua família? Isto não está em nossas tradições. Comemoramos juntos. Por isso, tivemos a experiência de anos anteriores, quando muito poucos vieram. Este ano eu não tenho certeza".

De acordo com a Missão Portas Abertas nos EUA, os cristãos que vivem nos territórios palestinos enfrentam uma situação "complexa" sobre os seus direitos religiosos.

"Os cristãos acabam sendo 'espremidos' no conflito entre Israel e Palestina, enquanto sua etnia causa muitas restrições do lado israelense e sua religião os coloca em uma posição minoritária dentro da comunidade palestina", observou a Portas Abertas.

"A decisão do partido Fatah da Cisjordânia é formalmente baseada em princípios seculares, e os cristãos desfrutam de vários direitos. Embora os cristãos sejam amplamente tolerado pela organização islâmica Hamas, os direitos dos cristãos não são confirmados, nem protegidos em Gaza. Além desta discriminação, os cristãos enfrentam ameaças de grupos radicais de vigilantes islâmicos".


Paz
Como recentemente noticiado pelo Portal Guiame, cristãos palestinos e judeus messiânicos publicaram uma declaração, na qual firmam sua unidade como crentes em Jesus Cristo após uma reunião em Chipre, ao sul da Turquia.

A conferência foi realizada através da Iniciativa de Lausanne para a Reconciliação em Israel / Palestina, com o objetivo de reunir representantes de comunidades cristãs que têm visões diferentes de Israel.

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