Comentaristas conservadores e usuários de mídia social estão pedindo que a Netflix seja “cancelada” depois que um novo filme sobre garotas de 11 anos se envolvendo em um tipo de dança altamente sexualizada foi lançado na plataforma.
O filme francês “Lindinhas” (intitulado “Mignonnes” em francês e “Cuties” em inglês) conta a história de Amy, de 11 anos, uma garota muçulmana senegalesa que mora em um bairro pobre da França. Ela se junta a um grupo de outras meninas que executam rotinas de dança hiper-sexualizada, conhecida como “twerk”.
No mês passado, a Netflix acabou mudando o pôster e a descrição do filme após uma onda de críticas online, que acusaram a plataforma de expor as garotas de sexualizada.
Porém, os trailers do filme lançados nas redes sociais acabaram mostrando que não apenas o banner da Netflix, mas a produção como um todo promove a sexualização precoce das garotas. Isso acabou provocando ainda mais a indignação online, com muitos dizendo que o filme está promovendo a pedofilia.
Fato é que o filme tem sido apontado como um exemplo de “pedofilia legalizada”, não apenas por pais e grupos conservadores, mas também por guias de entretenimento como o conhecido IMDb. O site do guia expõe um claro alerta aos pais sobre o filme, descrevendo algumas cenas que pode ser “perturbadoras”.
“Um par de calças de couro justas em uma menina de 11 anos é puxado com força no meio de uma briga; a câmera olha para o traseiro exposto de sua calcinha”, alertou parte do texto do IMDb.
O texto que apareceu anteriormente no site da IMDb incluía o seguinte:
“Aviso dos pais: Durante uma das muitas cenas de dança altamente sexualizadas e eróticas que exploram e objetificam propositadamente diversas garotas menores de idade seminuas, uma das dançarinas levanta sua blusa cortada para exibir totalmente o seio nu. Isso é legalmente definido como pedofilia e pode ser extremamente angustiante para muitos espectadores
Aviso de gatilho: uma menina de 11 anos assiste a um videoclipe de rap feminino em que mulheres nuas desempenham papéis de dança em atos sexuais heterossexuais e lésbicos. Um grupo de dança feminina de 11 anos então imita esses movimentos sexuais através de si mesmas e umas das outras enquanto a câmera amplia suas partes sexuais enquanto elas se retorcem eroticamente. Isso pode ser muito angustiante para muitos espectadores.
Nudez dos seios femininos de um menor durante uma cena de dança erótica e grandes e excessivas fotos de seios, bumbum e virilhas abertas de meninas de 11 anos com pouca roupa durante várias rotinas de dança sexualizada”.
O jornalista e comentarista conservador Matt Walsh diz que “Cuties” é parte de um “esforço para normalizar a pedofilia”.
Já a fundadora e presidente do grupo pró-vida Live Action, Lila Rose postou uma série de tweets argumentando que a divulgação do filme nos EUA infringiu a lei do país sobre "pornografia infantil", porque o seu conteúdo "amplia descaradamente as partes sexuais de meninas enquanto elas dance sugestivamente, parcialmente vestidas, para o público adulto, como uma 'exploração' sexual explícita”.
Em protesto contra o lançamento do filme, mais de 200 mil pessoas fizeram postagens com a hashtag #cancelNetflix no Twitter.
No entanto, os principais meios de comunicação elogiaram o filme, com o The Telegraph premiando-o com quatro de cinco estrelas e descrevendo-o como um "barril de pólvora provocativo para uma idade aterrorizada pela sexualidade infantil".
Pornografia infantil ou “arte”?
O editor-chefe da agência ‘Campus Reform’ e comentarista cristão Cabot Phillips questionou a incoerência com que muitas vezes a mídia olha para esse tipo de conteúdo.
“Então, eu pensei que a questão do filme ‘Cuties’, da Netflix estava sendo sensacionalista0... mas o aviso de gatilho do IMDB descreve literalmente "nudez dos seios femininos de uma menor de idade (!!!)", comentou “Se você tiver isso no seu computador, você vai para a cadeia. Mas se isso estiver na Netflix, é arte ???”.
Antes mesmo do lançamento do filme, a Netflix já estava passando de um milhão de dislikes no trailer publicado no Youtube. Atualmente, esse número está em 1,6 milhão e as críticas continuam inundando os comentários.