Neste final de semana, influenciadores digitais e usuários de redes sociais repudiaram o filme "Como se tornar o pior aluno da escola", produzido pelo comediante Danilo Gentili, o apontando como apologia à pedofilia.
A produção de 2017 disponível na Netflix, com indicação classificativa de 14 anos, causou uma onda de repúdio, devido a cena que retrata com humor uma tentativa de abuso sexual de um professor, interpretado por Fábio Porchat, contra dois alunos adolescentes.
Alertando aos pais sobre o conteúdo nocivo do filme, a escritora conservadora Kemily Rodrigues afirmou que Gentili e Porchat foram irresponsáveis ao retratarem o abuso infantil em forma de comédia.
“Enquanto mãe e professora, deixo aqui todo meu repúdio e asco aos atores envolvidos no filme que banalizaram um crime hediondo de forma irresponsável”, escreveu em publicação no Instagram, no domingo (13).
Já a influenciadora digital e escritora Polly Oliveira alertou que a produção pode normalizar o abuso para as crianças que a assistirem. “Quem se responsabiliza por essa cena adentrar lares e mentes de crianças que a partir disso acharão natural serem abusados?”, questionou em post no Instagram, também no domingo.
“Ninguém nesse set de filmagem poderia ter visto que essa cena não é adequada para se fazer piada? Mas eu sei que pedofilia mata, sequela e deixa marcas irreversíveis que piada nenhuma é capaz de nos fazer esquecer”, afirmou a escritora.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, se manifestou sobre a polêmica, anunciando que já determinou medidas contra o filme de Gentili.
“Assim que tomei conhecimento de detalhes asquerosos do filme ‘Como se tornar o pior aluno da escola’, atualmente em exibição na Netflix Brasil, determinei imediatamente que os vários setores do Ministério da Justiça adotem as providências cabíveis para o caso”, escreveu Torres no Twitter, neste domingo (13).
O secretário especial da Cultura, Mario Frias, também repudiou a produção em sua conta no Twitter, a descrevendo como uma “explícita apologia ao abuso sexual infantil” e “uma afronta às famílias e crianças do Brasil”.
Frias disse que tomará medidas para que as crianças não sejam “contaminadas por esse conteúdo sujo e imoral”. “Isso não é humor, não é liberdade de opinião e expressão. Isso é uma criminosa apologia à pedofilia que precisa ser denunciada e punida”, concluiu.
A deputada federal Carla Zambelli (PSL), afirmou que irá denunciar o filme ao Ministério Público. “O repugnante filme ‘Como se tornar o pior aluno da turma” naturaliza a pedofilia a fim de normalizá-la”, escreveu Zambelli no Twitter.
Em tom de zombaria, o apresentador Danilo Gentili disse que tem sido vítima de “chiliques, falso moralismo e patrulhamento”. “Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, escreveu no Twitter, no domingo (13).
A explícita apologia ao abuso sexual infantil protagonizada pelo Fábio Porchat no filme em cartaz na Netflix é uma afronta às famílias e às nossas crianças.
— MarioFrias (@mfriasoficial) March 13, 2022
Utilizar a pedofilia como forma de “humor” é repugnante! Asqueroso! pic.twitter.com/rcHSYPsqKO
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