Na próxima sexta-feira (22), às 9h, Marisa Lobo será julgada pelo Conselho Federal de Psicologia, em Brasília (DF). As acusações que recaem sobre a psicóloga se firmam sobre a alegação de que ela teria usado de proselitismo religioso no exercício de sua profissão.
As acusações foram feitas anos atrás, após Marisa declarar publicamente em seus perfis pessoais das mídias sociais, a sua fé cristã. A psicóloga chegou a ter o seu registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná, mas o processo foi anulado meses depois, por decisão judicial.
A OAB também chegou a emitir um parecer sobre o caso, destacando que a atitude do Conselho de Psicologia do Paraná tipificava uma perseguição religiosa.
Em entrevista exclusiva ao Guiame, Marisa falou mais sobre o julgamento afirmou que confia que a justiça divina será feita, acima de tudo.
Confira a entrevista logo abaixo:
Portal Guiame: O Conselho Federal de Psicologia te convocou para um novo julgamento, agendado para esta sexta-feira (22/05). Esta decisão do Conselho já era, de alguma forma esperada por você e sua defesa ou vocês se surpreenderam com a notificação? Por quê?
Marisa Lobo: Não foi exatamente uma "surpresa". Na verdade, nós sabemos que está havendo uma perseguição religiosa, como nunca antes houve no Brasil e principalmente nas profissões de relações humanas - neste caso, a psicologia. Mas a assistência social e o Direito, por exemplo, também estão sofrendo com isso. Os profissionais destas áreas podem, de alguma forma, influenciar nas políticas públicas, ideologias e impedir esta agenda internacional que visa a desconstrução da Família, da sexualidade.
Nós sabemos que estamos passando por uma reorientação mundial e que psícologos - que lidam com a mente humana, o estado da alma - são 'perigosos'. Do nosso lado, nós achamos que eles são perigosos, porque reorientam as pessoas, sentimentos, pensamentos de formas totalmente contrárias à natureza em si do ser humano, sem juízos de valor. Então a gente já sabia que isto iria acontecer, mas como a justiça do Paraná havia anulado a cassação, nós achávamos que eles [Conselho de Psicologia] tinham sossegado e entendido que isto era ilegal. Mas mesmo assim, eles resolveram levar o processo adiante, apelando e agora estou aqui em Brasília. De qualquer forma, estamos aqui, firmes, seguros de que o melhor vai acontecer.
A gente está na dependência de Deus. O que for melhor, a gente faz. Mas não é pela cassação de um registro que a gente vai parar de falar as verdades e de enfrentar este esquema de desconstrução, de doutrinação nas escolas, erotização infantil, esse absurdo, essa imposição desta política de esquerda e dessa banalização da sexualidade. A gente sempre vai lutar e contra esta desconstrução da Família.
Guiame: Você tem recebido o apoio de pessoas influentes, como o Pastor Silas Malafaia, o Deputado Federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), a jornalista Rachel Sheherazade, entre outros. Como você tem visto tal mobilização?
Marisa Lobo: Ontem eu estive no lançamento da Frente Parlamentar Mista da Família, que aconteceu aqui em Brasília e fui nomeada pelo senador Magno Malta (PR-ES), junto com a advogada Damares Alves e outras pessoas, como uma das coordenadoras nacionais da Frente pela Vida. Então a gente fica muito feliz de saber que o nosso trabalho tem sido reconhecido e estas pessoas influentes têm visto o nosso esforço, têm visto que não é oportunismo, que realmente a gente trabalha, a gente faz - no meu caso é um trabalho totalmente voluntário. A gente está aqui, lutando em favor da vida, contra o aborto, contra a legalização das drogas, somado aí a nomes como Damares Alves, que é uma das pessoas que mais tem lutado contra violações dos Direitos Humanos, como o infanticídio na cultura indígena, por exemplo, além de se posicionar fortemente contra a erotização infantil. Na verdade, nós somos um grupo e eu fico feliz de ser reconhecida dentro deste grupo.
Estas pessoas influentes estão vindo, porque sabem do nosso trabalho e sabem principalmente que é uma perseguição religiosa. A OAB do Paraná já decretou isto. Por mais que a gente saiba que no âmbito jurídico é possível manipular e ter várias intepretações, mas impossível não chegar à conclusão de que o Conselho de Psicologia está mentindo a meu respeito e aceitando dados mentirosos, sem o mínimo de comprovação. O único jeito de resolver isto é com uma ação criminal contra o Conselho de Psicologia, porque eles inventam, colocam na mídia e estas informações falsas ficam valendo como verdade. Isso é um absurdo. Eu não posso ser acusada pelo o que dizem que eu faço. Eu tenho que ser acusada pelo o que eu faço e eu não faço absolutamente nada do que eles dizem. Eu não trato a homossexualidade como doença, já provei juridicamente que não induzi meus pacientes homossexuais com proselitismo religioso. O que eles usam agora contra mim é que eu afirmo que sou psicóloga e sou cristã. Eu acho uma afronta existir uma confederação de psicólogos espíritas, budistas e até parapsicólogos... Não estou criticando ninguém, mas dizendo que se eles podem, eu também posso. Então esta é uma prova da perseguição religiosa. Estas pessoas que são personalidades influentes estão sabendo disso.
Marco Feliciano tem me ajudado desde o começo. Ele foi o primeiro que acreditou e tomou minhas dores, sofreu consequências por tudo isso, mas também foi colocado em um mundo de luta e isso é importante, então nós somos parceiros. O Silas Malafaia é um psicólogo e também sofreu sanções do Conselho, mas conseguiu se livrar de todas. Eu também espero conseguir. A Rachel Sheherazade também é uma jornalista muito ética e também resolveu me defender pela sua postura ética e conhecimento de leis, como liberdade de expressão, além de saber que este é um caso no qual o artigo 5º da Constituição.
Guiame: A 'coincidência' das agendas dos Conselhos de Psicologia com eventos importantes que terão sua participação têm chamado a atenção de quem acompanha o caso. Você acredita que de fato haja alguma estratégia por trás desta 'programação'?
Marisa Lobo: Sim. O Conselho de Psicologia e o movimento LGBTT 'não dão pontos sem nó'. Na verdade, o que está acontecendo é obviamente estratégico. Estou aqui em Brasília pelo lançamento da Frente Parlamentar Mista da Família e em paralelo, vários eventos estão acontecendo, como por exemplo, um seminário LGBTT, que está em todos os jornais agora, porque teve beijo gay. Mas a nossa Frente Parlamentar da Família, que estava lotada a imprensa não mostra. Isto é prova de como nós vivemos debaixo de preconceito. A nossa Frente Parlamentar Mista tinha simplesmente mais de 80 deputados e sete senadores. Já no outro evento não tinha tanta gente, mas eles preferem dar visibilidade a isso mesmo. Nós sabemos que está acontecendo este seminário e sabemos que o movimento LGBTT está em peso aqui em Brasília.
Nesta sexta-feira (22), o Conselho quer oferecer a minha cabeça em uma bandeja, com uma censura pública ou para bater martelo, decidindo pela cassação, mas eu não vou admitir uma punição por algo que eu não fiz e a gente vai lutar até o fim. Sei que é muito difícil, porque condições financeiras a gente não tem, mas espiritualmente falando, a gente acredita em um Deus que vai suprir as necessidades e que, de alguma forma vai me ajudar a cumprir com todos os custos, gastos deste processo. O meu advogado mesmo, do escitório Kfouri - um grande escritório de advocacia em Curitiba - entende que este caso é um exemplo de perseguição religiosa e que alguém tem que dar um basta nisso. Peço a todos que estejam orando hoje, tuitando as matérias sobre este caso, porque o meu advogado está tentando a anulação deste julgamento de amanhã, por ser inconstitucional. Vários parlamentares, como o senador Magno Malta e o deputado João Campos estão se manifestando contra este julgamento. Aqui em Brasília está pegando fogo, muitos estão revoltados e eu quero que o nosso povo também se revolte contra isso.
Clique no vídeo abaixo para conferir a declaração do senador Magno Malta (PR-ES) sobre o caso: