Michael Jennings, pastor da Igreja Visão de Vida Abundante em Sylacauga, no Alabama, foi detido em 22 de maio por policiais de Childersburg que responderam a uma ligação para o 911 sobre uma pessoa suspeita.
Ele foi acusado de obstruir as operações do governo depois que a polícia o acusou de não responder sua identificação. As acusações foram retiradas em junho.
O pastor declarou no processo, aberto no Distrito Norte do Alabama, que sua prisão foi "ilegal" e violava seus direitos da Quarta Emenda. Nos autos contam os nomes dos oficiais Christopher Smith, Justin Gable e Jeremy Brooks como réus, além da cidade de Childersburg.
Em uma entrevista coletiva, realizada no sábado (10), Jennings disse que sentiu que o policial "já achava que eu era culpado pela maneira como ele me questionou e pela maneira como falou comigo".
"Uma coisa que quero deixar bem claro, não sou antipolícia. Precisamos da polícia. Sem a polícia, teremos um caos total. Mas há polícia ruim, há polícia boa", disse ele. "Mas o que eles fizeram naquele dia, eles fizeram impunemente, imaginando que não haveria nenhuma ação contra eles. Eu me senti desumanizado."
O caso aconteceu quando uma vizinha branca de Jennings ligou para o 911 para denunciar uma pessoa suspeita, segundo o processo.
Vídeo confirma versão do pastor
Mas um vídeo, divulgado no mês passado, mostra Jennings do lado de fora de uma casa regando flores, quando o policial Smith se aproximou dele e perguntou a Jennings o que ele estava fazendo.
"Regando as flores", respondeu o pastor enquanto apontava uma mangueira de rega para os arbustos. Jennings explicando que seu vizinho lhe pediu para cuidar de suas flores enquanto estava fora da cidade.
O pastor disse exatamente isso ao policial Gable, quando ele chegou ao local, de acordo com o processo.
Na ocasião, o oficial Smith pediu a Jennings que fornecesse um cartão de identificação, segundo o vídeo, mas o pastor se recusou e disse que não havia feito nada de errado.
Segundo consta no processo, enquanto o pastor continuou regando as flores, os policiais Gable e Smith o algemaram. Brooks, o último oficial a chegar ao local, disse a Jennings que ele precisava ouvir a polícia e "calar a boca".
Autuação indevida
A própria mulher que chamou a polícia, tentou acalmar a situação pedindo desculpas a Jennings e dizendo à polícia que o conhecia do bairro. A esposa do pastor chegou e mostrou à polícia a carteira de identidade do marido, segundo aparece no vídeo.
Mesmo depois disso, os policiais “se recusaram a libertar o pastor Jennings de sua custódia e o levaram para a Cadeia da Cidade de Childersburg e então ele foi autuado e transportado para a Cadeia do Condado de Talladega”, diz o processo.
As impressões digitais e a foto de Jennings foram tiradas, antes de ele ser levado para a prisão do condado.
De acordo com a lei do Alabama, um oficial "pode parar qualquer pessoa no exterior em um local público" se suspeitar que essa pessoa está cometendo, cometeu ou está prestes a cometer um crime. Os advogados de Jennings disseram anteriormente que seu cliente não precisava fornecer identificação "porque ele não estava em um local público".