Mais de 20 pastores foram presos na Índia por leis anticonversão

A ONU já solicitou uma investigação independente e pediu pela mudança de postura do governo indiano quanto às minorias religiosas.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 29 de novembro de 2022 às 14:54
Leis anticonversão aumentaram as violações dos direitos humanos na Índia. (Foto representativa: Portas Abertas)
Leis anticonversão aumentaram as violações dos direitos humanos na Índia. (Foto representativa: Portas Abertas)

No dia 18 de novembro, vários pastores indianos foram presos sob falsa acusação de conversões forçadas ao cristianismo, conforme a Portas Abertas.

Depois de detidos, eles receberam novas acusações, mas todas sem investigação ou provas, que aumentaram a sentença que já cumprem. 

Entre as denúncias estão: perturbação da paz, reuniões religiosas impróprias, perturbação pública e distribuição de materiais religiosos que difamam outras religiões.

Desde setembro, mais de 20 pastores já foram presos por abusos das leis anticonversão, conforme explica a organização que contratou advogados e conseguiu libertar alguns deles. 

Insegurança da liberdade religiosa na Índia

Como a Suprema Corte da Índia permanece adiando vários julgamentos, muitos pastores ainda continuam presos. 

A Organização das Nações Unidas já solicitou uma investigação independente e pediu pela mudança de postura do governo indiano quanto às minorias religiosas.

Há pouco tempo, parte da Suprema Corte parecia estar avançando nessa questão, mas os últimos relatos mostram o retrocesso e a insegurança da liberdade religiosa no país. 

Juízes reconhecem a onda de violência contra cristãos

Ainda de acordo com a Portas Abertas, no dia 21 de outubro, os juízes KM Joseph e Hrishikesh Roy atenderam à petição de intervenção resultante das mobilizações contra cristãos e outras minorias religiosas na Índia.

Ambos reconheceram a onda de violência e ameaças contra cristãos e afirmaram ser uma realidade chocante em um país laico como a Índia: “Estamos no século 21 e nossa Constituição defende o desenvolvimento racional. Onde chegamos em nome da religião? Deturpamos a prática da fé”, disse um deles.  

“Não há mais necessidade de denúncias das vítimas para que os extremistas respondam pelos ataques. A polícia terá autonomia para intervir com mais rapidez e, caso seja omissa, enfrentará punição severa por desobediência à Corte”, disse ainda o juiz.  

Apesar da demonstração de interesse das autoridades em diminuir e até acabar com os ataques às minorias religiosas, ainda há incidentes que envolvem pressão e ataques aos cristãos.

Nos últimos meses, casas de cristãos foram incendiadas, outros seguidores de Jesus foram presos e estrangeiros deportados após denúncias de extremistas hindus

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