Quando se trata de sucesso, William Douglas é um dos autores mais procurados. Depois de ser reprovado repetidas vezes nos concursos públicos, ocupou o ranking em diversas provas, conquistou inúmeros títulos e o cargo de juiz da 4ª Vara Federal de Niterói, no Rio de Janeiro.
Hoje, William se tornou ‘mestre’ quando o assunto é sucesso nas provas e na vida. Uma evidência disso é o best seller "Como passar em provas e concursos" (Editora Impetus), que o levou até grandes programas de televisão, como Fantástico e Programa do Jô, além de ser notícia em jornais, sites e rádios.
Depois deste, outro grande sucesso foi o livro "As 25 leis bíblicas do sucesso" (Editora Sextante) que, segundo William, revela os segredos que o levaram a emplacar o título de um dos autores mais lidos do País.
Confira, abaixo, a entrevista completa que William concedeu ao Guiame, durante a CBB 2016:
Guiame: O sucesso na visão do mundo corporativo é o mesmo sucesso na visão bíblica?
William Douglas: Com certeza não, são sucessos diferentes. Mas a grande questão é: o sucesso no mundo não necessariamente desagrada a Deus, pelo contrário. A Bíblia diz em Mateus 5 que é para que nós sejamos brilhantes, o mundo veja a nossa luz e dê glórias a Deus. O cristão deve buscar o sucesso, mas a forma para alcançá-lo tem uma série de limitações extras, como por exemplo não defraudar, não enganar, não mentir, não ter lucro exagerado; e tendo sucesso, ele deve imputá-lo em gratidão a Deus.
Sucesso para mim, na Bíblia, é você estar no centro da vontade de Deus, é você ser salvo, é você aceitar Jesus como salvador e segui-lo. Sucesso no mundo tem a ver com fama, dinheiro, poder e uma série de coisas. Mas pelo que eu vejo na Bíblia, você consegue ter sucesso em termos de dinheiro, poder e realização quando você segue as leis bíblicas.
Guiame: Qual o grande risco de uma vida de sucesso?
William Douglas: A vaidade é o principal risco. Você também vai sofrer com um pouco de inveja. A gente tem bastante registros de pessoas que quando eram pobres e queriam crescer estavam na igreja, se dedicavam a Deus, eram comprometidas; e à medida que o sucesso vai crescendo, ela vai se afastando, vai ficando materialista, começa a achar que ela é mais poderosa, mais independente e, inclusive, começa a achar que é meio politicamente incorreto e desagradável ser visto como cristão.
Isso é triste, porque o ideal é que as pessoas cresçam — a gente não é obrigado a ser rico e poderoso — e tenham uma vida confortável. Isso não está errado, porque a Bíblia diz que quem busca sabedoria vai ter riquezas e honra, vai ter a despensa cheia, vai se realizar e vai ser colocado entre os reis. A gente não deveria perder tudo o que a Bíblia diz sobre o crescimento no mundo secular, sobre sucesso, visto como o mundo vê; mas a gente não deveria se tornar escravos disso.
É o que a Bíblia fala: ter dinheiro é um problema? Não. A gente vê um monte de servos do Senhor que eram ricos. Mas o amor ao dinheiro, aí sim temos um problema.
Guiame: Você acredita que a igreja tem uma certa dificuldade de enxergar a vida profissional e a carreira corporativa com espiritualidade?
William Douglas: Sim, com certeza, este é um problema gravíssimo. Eu conheço muita gente que simplesmente acha que está traindo a Deus se fizer uma faculdade ou um concurso público, porque acha que só está sendo realmente servo quem vai virar pastor ou missionário na África.
A gente precisa de missionários dentro das corporações, dos clubes de futebol, das escolas, do serviço público. Qualquer trabalho que não seja vedado pela Bíblia é campo missionário, é lugar de ministério, é lugar de espiritualidade.
Guiame: Você acredita que os diversos papéis que as pessoas atuam nos setores da sociedade, ou mesmo no mundo corporativo, são ligados a um propósito específico de Deus?
William Douglas: Eu acho que podem ser. Se a pessoa se colocar à disposição de Deus, qualquer papel que ela exercer vai ser útil. Às vezes as pessoas acham que evangelizar é levar o cara para a igreja, é falar o plano da salvação e a pessoa se converter, é entregar um folheto. Isso é legal, não estou dizendo para não fazer isso. Mas se a pessoa tem uma vida correta, se a pessoa é alguém que vive o cristianismo e alguém que não esconde que é cristão, essa atividade já é evangelismo, já é ministério. É como foi dito, evangelize sempre e se precisar, use as palavras.
A gente não evangeliza só pregando, a gente evangeliza sendo exemplo. Às vezes quando a pessoa começa a ter uma vida cristã, quem está ao redor diz: ‘Poxa, nunca ninguém faz isso, por que você fez?’. Aí sim é a hora de a pessoa falar que é porque ela tem Jesus. Agora, quando a pessoa não tem o menor interesse no assunto Jesus, e você chega sendo incisivo demais, no geral, você consegue o efeito contrário: ser visto como chato — e a gente só deve ser chato às vezes.
Guiame: Na palestra que acabamos de acompanhar, você disse que muitos cristão não têm sido conhecidos pelo diferencial nas atitudes e caráter, e têm agido como pessoas comuns. O que você acredita que falta nos cristãos, em geral, para que despertem uma influência na sociedade?
William Douglas: Agir como cristãos, e pronto. A Bíblia fala muito claramente. A gente tem todas as nossas questões teológicas e espirituais, mas tem algumas coisas que também são práticas, como por exemplo: nenhum copo d’água que seja dado vai ser esquecido, vamos dar comida a quem tem fome, vamos visitar o encarcerado, vamos ajudar o necessitado, vamos fazer justiça.
O cristianismo e a Bíblia já tem solução para o problema da sociedade e para o problema corporativo, e os cristãos conhecem. Se você pega alguém que é ateu, agnóstico e não gosta de religião não praticando as coisas boas da Bíblia, ok, ele não conhece. Agora, é angustiante você ver o povo de Deus, em uma quantidade grande — maior do que deveria — não colocando a Bíblia para funcionar. Vai na igreja, cultua, mas essa nova visão e contracultura que Jesus propõe, não é levada para casa e para o trabalho.