Mais de 50 pessoas foram decapitadas por militantes islâmicos em Cabo Delgado, no norte de Moçambique. Os terroristas transformaram o campo de futebol de um vilarejo em um “campo de execução”, onde degolaram as vítimas, segundo relatórios.
Este não foi o único local de massacre — várias pessoas também foram decapitadas em outra aldeia, informou a mídia estatal moçambicana.
Os militantes estão ligados ao Estado Islâmico (EI), dando ao grupo terrorista uma base no sul da África. Os extremistas têm explorado a pobreza e o desemprego na região para recrutar jovens, a fim de estabelecer o domínio islâmico.
No ataque brutal à aldeia de Muatide, os moradores que tentaram fugir foram capturados e levados para um campo de futebol local, onde foram decapitados e mutilados. O massacre começou na noite de sexta-feira (6) e foi até domingo (8), informou o Pinnancle News. Pelo menos 50 pessoas foram decapitadas.
Na aldeia de Nanjaba, também na noite de sexta-feira, homens armados gritaram “Allahu Akbar” (“Alá é o maior”, em português), disparando e incendiando casas. Segundo a agência de notícias estatal de Moçambique, houve sobreviventes. Duas pessoas foram decapitadas na aldeia e várias mulheres sequestradas.
Uma série de ataques militantes tem acontecido na província de Cabo Delgado desde 2017. Cerca de 2.000 pessoas foram mortas e 430.000 ficaram desabrigadas no conflito na província de maioria muçulmana.
O governo de Moçambique apelou por ajuda internacional para conter a insurgência, dizendo que suas tropas precisam de treinamento especializado.
Em abril, mais de 50 pessoas foram decapitadas ou mortas a tiros em um ataque a uma aldeia em Cabo Delgado e no início deste mês, nove pessoas foram decapitadas na mesma província.
Em entrevista ao Guiame, a cantora moçambicana Selma Uamusse falou sobre o panorama do país. Embora o conflito envolva aspectos econômicos, políticos e sociais, ela acredita que também há uma batalha espiritual em Cabo Delgado. “Há uma guerra que não é apenas física, mas há uma guerra espiritual também”, destaca.
Em meio a esse contexto, organizações como a Iris Global, sediada em Moçambique, fundada pelos missionários Heidi e Rolland Baker, tem fornecido ajuda humanitária e fortalecido as aldeias com a Palavra de Deus.
Pelo menos 10 mil pessoas têm sido alimentadas diariamente em Cabo Delgado, incluindo deslocados internos, viúvas, deficientes físicos e famílias vulneráveis. “O amor é uma ação”, disse Heidi Baker em vídeo publicado pela organização.
“Em resposta ao terrorismo radical e à pandemia global da Covid-19, nós e o Iris acreditamos que este é o momento perfeito para sermos luz nessas situações sombrias. Estamos alimentando os famintos espiritual e fisicamente. Todos nós somos chamados a parar por quem precisa, com o poder do Espírito Santo”, disse a missionária.