Donald Trump tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos a pisar na Coreia do Norte, depois de encontrar Kim Jong-un neste domingo (30) na fronteira entre as duas Coreias.
Após trocar um aperto de mãos, Trump cruzou a fronteira e conversou com o ditador norte-coreano por quase uma hora na zona desmilitarizada entre a Coreia do Norte e do Sul.
Ambos os países concordaram criar equipes para retomar as negociações nucleares. Este é o terceiro encontro em um ano — sua última cúpula foi interrompida em fevereiro, sem progressos na desnuclearização da Coreia do Norte.
“É bom ver você de novo. Eu nunca esperei te encontrar neste lugar”, disse Kim a Trump com um sorriso. “Acredito que essa seja uma expressão de sua disposição em eliminar todo o passado infeliz e iniciar um novo futuro”.
“Eu fiquei orgulhoso de passar por cima da linha [que divide as duas Coreias]”, disse Trump a Kim, depois que os líderes retornaram ao lado sul-coreano. “É um grande dia para o mundo”.
Por um breve momento, Trump e Kim foram acompanhados pelo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em uma reunião de três vias sem precedentes, em um prédio conhecido como Freedom House (Casa da Liberdade), do lado sul-coreano.
Embora as reuniões históricas e declarações amistosas sejam simbólicas, é preciso levantar questões: o que essas negociações significam para os mais de 300 mil cristãos que não têm liberdade para exercer sua fé na Coreia do Norte?
E os cristãos perseguidos?
Na Coreia do Norte, que está em primeiro lugar no ranking de perseguição da organização Portas Abertas há 18 anos, qualquer expressão pública de fé pode significar a prisão ou morte de cristãos.
A organização estima que haja 250.000 norte-coreanos presos — 50.000 dos quais são presos políticos que foram detidos por sua fé cristã.
Desde a primeira cúpula entre Trump e Kim, nada foi feito para lidar com os abusos dos direitos religiosos. Para Isaac Six, diretor de defesa da Portas Abertas nos EUA, a conversa entre os países não deveria começar e terminar com armas nucleares.
“Os regimes que apoiam terroristas e ameaçam cometer genocídio devem ser confrontados sempre que possível?. Absolutamente. Mas nunca podemos esquecer que uma nação é composta de muito mais do que apenas seu governo. Em nosso zelo para impedir o que pode ser uma ameaça real, devemos também elaborar nossa resposta de tal maneira que os direitos e liberdades de milhões sejam protegidos”, disse Six.
A Portas Abertas afirma que “ao ignorar o tratamento deplorável dos direitos humanos na Coreia do Norte, as conversas entre Trump e Kim também estão ignorando e desvalorizando mais de 300 mil homens, mulheres e crianças que escolheram seguir a Jesus”.
Diante do cenário, a organização incentiva cristãos do mundo inteiro a intercederem pela Coreia do Norte.
“Por meio do apoio e da oração, podemos seguir esse chamado bíblico. Nos próximos dias, semanas e meses, à medida que os dois países formarem equipes para retomar as negociações, ore diariamente e fervorosamente para que essas conversas incluam também os direitos humanos”, pede a Portas Abertas.