Victoria Sinis, da Austrália, ia à igreja junto com a família durante sua infância. Mas, seus pais pararam de frequentar os cultos quando ela tinha 10 anos, e a menina nunca teve um encontro pessoal com Jesus.
“Sempre houve aquela sensação: 'Eu sei que Deus é real. Eu sei que Deus existe'", disse ela, em entrevista ao The Christian Post.
Na vida adulta, Victoria se tornou uma profissional de marketing e, em 2022, começou a trabalhar como recrutadora do site adulto OnlyFans, à convite de um amigo.
“Eu realmente não tinha muito conhecimento sobre o que era OnlyFans. Eu nunca tinha assistido pornografia na minha vida e, mesmo agora, para muitas pessoas, ainda há um enigma em torno do OnlyFans”, contou ela.
Falso empoderamento
A jovem acreditou que a plataforma empoderava mulheres pobres, que ganhavam dinheiro de forma segura, gravando conteúdos em casa.
“Eu pensei: ‘Parece que elas estão felizes. Parece que elas estão ganhando um bom dinheiro, então isso deve ser algo positivo'", lembrou Victoria.
Porém, a profissional presenciou outra realidade enquanto trabalhava recrutando meninas nas redes sociais para vender seus corpos no site pornográfico.
"As pessoas pensam: 'Você pode simplesmente vender seus pés lá' ou 'Acho que é libertador'", comentou ela, sobre os enganos que muitos têm sobre a plataforma.
Segundo Victoria, o site é competitivo e os usuários exigem conteúdos cada vez mais explícitos e perturbadores às atrizes pornô.
O conteúdo é classificado por três níveis. No primeiro, a atriz performa usando biquíni, no segundo, com uma nudez implícita, e no último nível, com nudez total.
Pedidos perturbadores
Victoria Sinis. (Foto: Instagram/Victoria Sinis).
Depois de um tempo trabalhando no OnlyFans, Victoria passou a ficar horrorizada com os pedidos dos assinantes, como pedir para que a atriz postasse fotos onde se mostrasse amarrada e escrevesse seu nome em alguma parte do seu corpo.
Muitos dos fetiches que os clientes solicitam são perigosos para as mulheres, que se submetem para se manter relevantes na plataforma.
Victoria citou o caso de um assinante que pediu para ver uma atriz pendurada em uma parapeito, enquanto outra mulher pisava seus dedos das mãos.
Foi então que a profissional percebeu que estava participando de algo que degradava o ser humano.
"Em breve, o vídeo não será suficiente. E eles realmente vão querer colocar alguém em perigo ou machucá-lo, porque agora precisam representar essa fantasia, porque estamos alimentando esses pedidos doentios e distorcidos”, refletiu ela.
Se sentindo culpada por seu trabalho, Victoria começou a fazer trabalho voluntário na igreja que ia quando criança.
De volta para a casa do Pai
Logo dedpois, ela foi convidada para ir ao culto e naquele dia, Melinda Tankard Reist, diretora de movimento do grupo anti-exploração sexual Collective Shout, estava ministrando sobre o papel do cristão no combate à indústria do sexo.
Victoria foi profundamente tocada por tudo o que Melinda falou e decidiu conversar com ela sobre sua situação.
"Ela me ensinou sobre a realidade [do OnlyFans]. E isso foi em um domingo. Na sexta-feira, saí da empresa”, comentou ela.
A ex-recrutadora aceitou Jesus e passou a palestrar sobre os enganos do OnlyFans em escolas e nas redes sociais.
Em 2023, guiada por Deus, Victoria criou a fundação Creating Gems, que conscientiza as meninas sobre a realidade de plataformas como o OnlyFans.
A organização ajuda as jovens mulheres a "entenderem seu valor intrínseco, entenderem que elas são feitas para muito mais do que ser 'gostosas' ou aspirar a ser uma garota OnlyFans".