Eric Rubinstein nasceu em uma família judia em Nova York e, aos 4 anos de idade, mudou-se para o estado da Geórgia, que faz parte do American Bible Belt. Foi lá que ele se deparou com o antissemitismo pela primeira vez. Em busca de pertencimento, ele se envolveu no mundo do fisiculturismo, mas foi através de sua fé em Deus que ele finalmente encontrou libertação.
Ao longo dos anos, Eric tem testemunhado sobre Jesus em Israel. Durante uma entrevista ao CGI (Comitê Municipal de Ajuda a Israel), ele compartilhou sua história, revelando como sua vida foi transformada pela fé em Jesus.
Aos 33 anos, a experiência de Eric tem sido uma parte significativa de seu testemunho e do impacto que ele busca ter ao compartilhar o amor de Cristo com os outros, especialmente em Israel.
“Não éramos ortodoxos em casa, mas éramos conservadores. Todos os meus irmãos e eu íamos a escolas judaicas, celebrávamos as festas. Na minha juventude, tive muito contato com o antissemitismo. No ensino médio, os alunos me faziam a saudação de Hitler ou me diziam que iam me colocar no forno. Como o ambiente era tão cristão, fiquei convencido de que todos os não judeus eram cristãos e que o antissemitismo fazia parte do cristianismo e de Jesus.”
Eric conta que essa experiência negativa quando adolescente o levou a esconder sua identidade judaica. Ele e sua família acabaram se tornando cada vez mais seculares.
“Ao mesmo tempo, meu eu interior desenvolvia cada vez mais simpatia por Israel. Quando eu tinha 18 anos, queria ir para Israel para me juntar ao meu povo. Mas por isso não ser possível, busquei minha identidade em outra coisa. Eu descobri o fisiculturismo competitivo”, conta.
Questões de saúde
Para Eric, pessoas que praticavam o fisiculturismo encontravam a felicidade em seus corpos musculosos. “Então essa se tornou minha nova identidade: um corpo musculoso”.
Ele diz que seu objetivo era se tornar o Mister Olympia, porque assim poderia ser aceito pelos outros. Com essa convicção começaram alguns anos sombrios de sua vida. “Porque o outro lado desse corpo musculoso é uma vida cheia de estimulantes, apetites sexuais e dependência de drogas”, explica.
“Tive um treinador que acreditou em mim e viu potencial em mim para me tornar aquele Mister Olympia. Ele era o maior traficante na mesma época e eu me tornei cobaia de seus recursos”, conta.
Nesse período, Eric diz que Deus estava começando a trabalhar em seu coração. “Quando eu tinha 19 anos, costumava conversar com dois homens mais velhos na academia. Eles sempre me disseram que Deus é tão bom e me encorajaram elogiando minha disciplina. Eu os ouvia com respeito, mas não estava realmente interessado.”
Eric conta que sua família e amigos o alertaram sobre sua saúde, pois viam que apesar de musculoso, ele não era saudável. Mas Eric ignorou os comentários porque pensava estar bem.
Eric conta que sua reação foi rir do médico quando disse que ele não teria mais dos que 6 anos de vida se continuasse daquele jeito.
“Por causa dos muitos treinos tive problemas no quadril. Aos 25 anos, um defeito congênito veio à tona. Ficou tão ruim que a certa altura eu não conseguia mais andar direito, então tive que fazer uma cirurgia”, diz.
Após a operação, o cirurgião disse a ele que precisaria de dois quadris artificiais antes de completar 40 anos.
“Vi o sonho de me tornar Mister Olympia desmoronar. Eu queria ser o melhor, mas não podia mais. Como resultado, acabei tendo uma crise de identidade e fiquei deprimido”, lembra.
Buscando ajuda de Deus
Eric diz que aquela situação o fez se lembrar de um dos homens mais velhos da academia que falava de Deus para ele.
“Eu senti que tinha que ligar para o Jeff. Eu tinha outro número dele e enviei um aplicativo. Ele respondeu imediatamente e nos encontramos naquela mesma noite”, diz.
Jeff compartilhou sua história de abuso na infância e como Deus o ajudou.
“Sentei-me com um homem idoso, que estava chorando pelo amor de Deus que ele havia experimentado tão profundamente”, conta. “Ele disse que eu poderia experimentar isso também e que poderia convidar Jesus para entrar em minha vida. Naquele momento, era o que eu queria, e oramos juntos”.
“Aquilo foi a palavra de Romanos 11 em ação: deixar os judeus com ciúmes dos cristãos por causa de seu relacionamento com Deus por meio do Messias. Ou seja, um não judeu falou sobre Deus de uma forma que o conhecesse pessoalmente. Eu nunca tinha experimentado isso antes”, diz.
Deus é minha força
Foi em uma conferência cristã que Eric diz ter passado a acreditar que Deus era sua força. “Vi que devia parar de usar todos os meios que não vinham naturalmente dEle. Por isso desisti dos estimulantes”, conta.
Ele diz que percebeu como as pessoas plantaram sementes em sua vida anos antes, falando sobre Deus. “Você também pode regar as sementes de outras pessoas. Um dos homens no ginásio sempre falava sobre Jesus. Depois do meu batismo, ele veio correndo até mim primeiro”, lembra.
Judaísmo e o Novo Testamento
Eric diz que observou muito em comum entre o judaísmo e os textos do Novo Testamento. "Eu pensei: há muito judaísmo no Novo Testamento"
“Quando cheguei à fé, estava cheio de fogo por Jesus. Eu queria contar a todos sobre Ele, mas minha família judia não gostava disso. Meu pai disse que não queria ouvir falar de Jesus porque Jesus era um ‘judeu radical’. Minha mãe tentou me persuadir a voltar ao judaísmo. Segundo eles, neguei minhas raízes judaicas. Mas eu não neguei minhas raízes, eu cumpri minhas raízes.”
Carta de Romanos
Eric conta que foi a partir de uma conversa com Jeff sua antiga ideia de ir para Israel foi reavivada.
“Ele me disse: ei, você é judeu, pode ir para Israel e servir o país lá. A princípio não entendi muito bem, porque agora eu estava seguindo Jesus e ele não tinha nenhuma ligação com Israel, não é? Mas quando comecei a ler o Novo Testamento, vi o livro chamado Romanos.”
“Achei que fosse sobre gladiadores romanos. Mas no capítulo 1 descobri que Jesus é descendente de Davi. E no capítulo 11 eu li sobre a oliveira como uma figura de Israel. Pensei: há muito judaísmo no Novo Testamento”, conta.
Quatro anos depois, em 2020, Eric foi para Israel. Isso foi exatamente uma semana antes de o mundo ser bloqueado pela pandemia de Covid-19, ele diz.
“Tentei ingressar na congregação messiânica Dugit, mas não consegui encontrar o endereço e desisti. Quando eu estava procurando um apartamento em Tel Aviv para trabalhar, um ano e meio depois, pude ficar temporariamente na casa de um contato da Geórgia”, conta.
Descobrindo seu amor e sua vocação
“Ele mandou sua cunhada Orel me buscar. Durante aquela viagem de carro fizemos uma espécie de entrevista para nos conhecermos melhor. Orel continuou a me encontrar e me ajudar a descobrir meu caminho. Depois de duas semanas ela me convidou para um culto em Dugit, o lugar que eu não havia encontrado antes. Pouco tempo depois começamos um relacionamento e nos casamos no final de 2022”, diz.
Eric diz que aprendeu a falar hebraico rapidamente e a congregação pediu para que ele fizesse as traduções dos cultos nas transmissões ao vivo do hebraico para o inglês.
“Meus pais assistem a essas transmissões ao vivo na América hoje em dia. Eles visitaram a igreja no nosso casamento e ficaram curiosos”, conta.
Avi Mizrachi, pai de Orel e o líder do Dugit, o convidou para trabalhar como evangelista na cafeteria HaOgen em Tel Aviv.
“Lá aparece muita gente que não nos conhece. Eles sentem uma atmosfera pacífica que não conseguem identificar e ficam maravilhados. Então eles veem Bíblias e temos boas conversas”, conta.
‘Provocar ciúmes nos judeus’
Ele diz que os judeus ultraortodoxos também estão cientes da presença deles e muitas vezes protestam e distribuem panfletos durante os eventos que realizam. “No entanto, tenho o hábito de sair e conversar com eles. Quando os desafios a ler o Tanakh, muitas vezes descobrem que possuem um conhecimento limitado do que está realmente na Bíblia, confiando principalmente nas interpretações do rabino e do Talmud”.
Eric diz que durante um concerto, uma mulher entrou para ouvir. Quando ela saiu foi parada pelos manifestantes religiosos.
“Eles a cercaram para convencê-la a não nos ouvir. Entrei para que a mulher pudesse sair e um dos manifestantes ultraortodoxos começou a discutir comigo. Ele ficava dizendo que o que estávamos fazendo era católico romano. Corrigi-o e disse-lhe que todos os discípulos de Jesus eram judeus e que explicavam coisas do Tanakh e não ensinavam coisas novas. Ele acabou aceitando um livro meu sobre as profecias e como elas foram cumpridas por Jesus. Havia claramente uma guerra interna acontecendo dentro dele”, afirma Eric.
“Eu gostaria de aconselhar outros crentes a provocar ciúmes nos judeus. Existem 9 milhões de pessoas em Israel, das quais apenas 20.000 são crentes. É mais fácil ouvir o Evangelho de um gentio do que de um judeu. Porque um judeu que acredita em Jesus é visto como um traidor. Mas um cristão que realmente conhece o Antigo Testamento desperta interesse.”