Um tribunal militar da Tunísia declarou nesta quarta-feira (30) que o presidente deposto Zine al-Abidine Ben Ali e vários funcionários do primeiro escalão de seu governo eram culpados de tortura, no primeiro julgamento da velha guarda de Ben Ali desde a revolução deste ano, que iniciou a chamada Primavera Árabe.
Desde a derrubada de Ben Ali em janeiro após protestos em massa, muitos de seus ex-ministros e conselheiros foram detidos por acusações que variavam de morte de civis a corrupção. Depois de 23 anos no poder, Ben Ali fugiu para a Arábia Saudita com membros de sua família. Ele e sua mulher foram condenados a décadas de prisão por corrupção e, na quarta-feira, ele foi sentenciado a mais 5 anos pela acusação de tortura.
No primeiro julgamento das autoridades do governo de Ben Ali desde a revolução, o tribunal militar de Túnis sentenciou o ex-ministro do Interior Abdallah Kallel e o alto funcionário da Segurança Mohammed Ali Ganzoui a 4 anos de prisão cada.
Manifestante protesta contra o ex-presidente tunisiano Ben Ali em 20 de junho em frente ao tribunal em Túnis (Foto: AP) No total, nove pessoas, incluindo Ben Ali, foram declaradas culpadas. Cinco delas, entre as quais o ex-presidente, foram condenadas à revelia.
As acusações estão relacionadas à tortura, em 1991, de 17 oficiais militares acusados de tentar promover um golpe.
Na primeira eleição democrática do país, os tunisianos elegeram no mês passado um governo de coalizão liderado pelo partido moderado islâmico Ennahda.