A Justiça da Tunísia emitiu uma ordem internacional de prisão contra o ex-presidente do país Zine El Abidine Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita após ser derrubado por protestos populares, informou o ministro da Justiça, Lazhar Karoui Chebbi.
Também foi pedida à Interpol a prisão da mulher do ex-presidente, Leila Trabelsi, e de outros integrantes da família dele. A Tunísia quer julgá-los por apropriação de bens do estado e transferência ilegal de fundos para o exterior, segundo o ministro. O país, imerso em crise política desde a saída de Ben Ali, teve novos confrontos de rua nesta quarta.
O batalhão de choque da polícia tunisiana lançou bombas de gás lacrimogêneo contra um grupo de manifestantes, que tentava furar o bloqueio a um dos acesso à esplanada onde funciona o gabinete do primeiro-ministro em Túnis.
O governo de transição da Tunísia prevê anunciar nesta quarta uma reestruturação de seus quadros, na esperança de acalmar a revolta popular contra a presença de várias figuras do antigo regime de Ben Ali.
A polícia recorreu ao gás lacrimogêneo para afastar um grupo de manifestantes que havia arrancado com as mãos uma primeira barreira de proteção do acesso e lançava pedras contra os seguranças. Os jovens jogaram todo tipo de objeto contra os policiais, que responderam com o gás, mas sem entrar em confronto direto.
O exército, que na véspera interveio durante os enfrentamentos entre policiais e manifestantes, manteve atitude passiva.
Na manhã desta quarta, as forças de segurança instalaram barreiras de segurança para bloquear o acesso à esplanada da Kasbah, onde centenas de pessoas passaram a terceira noite sob as janelas do gabinete do primeiro-ministro Mohamed Ghanuchi, desafiando o toque de recolher.