A Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada nesta segunda-feira para reforçar a segurança da Câmara Legislativa local. Cerca de 500 manifestantes entre apoiadores do governador José Roberto Arruda (sem partido) e estudantes que pedem a saída dele do cargo estão mobilizados no local trocando provocações.
No início da manhã, um tumulto entre os policiais e os estudantes chamou atenção. Os policiais tentaram retirar os estudantes da entrada externa que dá acesso ao plenário da Casa. Eles resistiram e foram retirados à força.
Em frente à sede da Câmara, os manifestantes trocam farpas usando carros de som e megafones.
Os defensores de Arruda, formados em sua maioria por líderes comunitários e pastores, estão mais exaltados e usam palavrões para provocar os estudantes.
O grupo pró-Arruda argumenta que os deputados distritais serão os responsáveis por realizar o julgamento político do governador.
''Vocês são um bando de vagabundos vai todo mundo comer farinha'', disse Sandra Madeira, que se identificou como líder comunitária.
Como os manifestantes estão muito próximos, a Polícia Militar fez um cordão de isolamento, uma espécie de barreira humana, para tentar evitar o confronto dos dois grupos.
A Câmara Legislativa retoma hoje parte das atividades. Os deputados distritais aprovaram em dezembro uma auto-convocação para instalar a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e a comissão especial que vão analisar os pedidos de impeachment do governador e a CPI que vai investigar o suposto esquema de corrupção.
A investigação atingirá a gestão de Joaquim Roriz (PSC), ex-aliado e agora rival político de Arruda. Os deputados vão definir hoje qual será o presidente e o relator da comissão de investigação, que irá durar 180 dias.
A CPI também deve ser dominada por aliados do governador, já que dos cinco integrantes, pelo menos quatro apoiam o ex-democrata.
Por Márcio Falcão