Não raro, a histeria coletiva, encontrando-se na infinitude, passa do nível insuportável e chega no ridículo. Associo esta afirmação à solução encontrada no caso Bruno e Yan, dois garotos torturados e assassinados por seguranças da rede de mercado Atakarejo. O fato de terem sido negros deu oportunidade à narrativa do racismo estrutural.
O estabelecimento comercial firmou acordo em que não vai poder contratar empresa de segurança que tenha policiais civis e militares da ativa. Quanto à discriminação policial, inconstitucional é falar pouco da cláusula que exclui policiais militares e civis. Ou seja, a histeria ganha ares de discriminação em prejuízo de classes. Um Leviatã que se levanta e se movimenta no mar do carreirismo e do onguismo.
Enquanto isso, dependentes ou parentes de Bruno e Yan ficam como? Serão indenizados? Ora, chupando o dedo. De acordo com a matéria que veiculou a notícia, a indenização será para fundos em favor do trabalho. Menos mal, mas eventuais dependentes ou parentes dos falecidos não receberão nada deste processo.
Mas o que a questão da histeria social, o tratamento que foi dado à morte dos dois guris negros, tem a ver com o cristianismo? O que um texto com este viés quer deixar claro num veículo de mídia de elevação da fé e da cultura cristã? Ora, exatamente isso. Como disse Tomás de Aquino, a fé não trata só de milagres, ela tem a sua lógica.
A histeria parte do desamor. É mais fácil, prático e rápido depositar milhões em fundos governamentais do que olhar nos olhos de pedintes no semáforo e falar que não tem dez, cinco, dois, um, que seja uma moeda. A viúva pobre cansa de aparecer nos noticiários em busca de likes, curtidas e comentários, mas ela vista de perto é mais jovem rico que retém a fortuna para si. E Nelson Rodrigues, que já falava que a quantidade de idiotas amará mais a humanidade do que o próprio ser humano. A par disso, o ser humano não pode ser visto como um meio para atingir um fim, segundo o filósofo Immanuel Kant. Ele não pode ser tratado e visto como um mero instrumento político. Embora a política coletivista encare o ser humano como um necessitado e desprezado e pensa assim estar agindo como um bom samaritano, ela exagera na dose de humanidade e atinge seres humanos individuais em seus direitos. Governantes sem o Espírito de Deus, não tem como dar outra. É tirania na certa.
O Eu soberano, de Elisabeth Roudinesco, tem como subtítulo Ensaio sobre as derivas identitárias. O desequilíbrio identitário, ou seja, simplesmente substituir nossa natureza divina pelas letrinhas LGBTQIA…, uma teoria que vem exclusivamente do pensamento e da vontade de quem pensa, geralmente homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres, atinge todos que estão num mesmo barco à deriva. Sim, é onde estamos.
Quem está no momento segurando este barco para ele não cair de vez? O Supremo Tribunal Federal (risos), o Senado Federal (bem que poderia), Luiz Inácio Lula da Silva e seus asseclas (Deus nos livre), o povo por meio do Congresso Nacional (quem dera)? Não, não, não e não. A resposta é O Espírito Santo. Tratemos, pois, de buscar cada vez mais o Espírito de Deus, pois o filho está às portas.
Mas daqui a pouco o Espírito de Deus dará mais que tchauzinho. Dará adeus e a Deus. E só ficarão ocupantes histéricos e desprevenidos. Não dará boas-vindas, claro, à Agenda 2030, que trata de trazer amor e paz à Terra. Jesus veio trazer o quê mesmo? Espada.
Sergio Renato de Mello é defensor público de Santa Catarina, colunista do Jornal da Cidade Online e Instituto Burke Conservador, autor de obras jurídicas, cristão membro da Igreja Universal do Reino de Deus.
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