Três pessoas foram mortas e outras três ficaram gravemente feridas em um ataque terrorista na cidade de Elad, no centro de Israel, na noite de quinta-feira (5). O ataque ocorreu no fim do Dia da Independência de Israel.
O ataque acontece em meio às recentes ameaças de grupos terroristas palestinos sobre o Monte do Templo em Jerusalém, e uma onda de ataques nas últimas semanas.
De acordo com testemunhas, dois terroristas atacaram várias pessoas com um machado e uma faca em um parque central em Elad, uma cidade de maioria ultraortodoxa. Pelo menos um dos feridos está em estado crítico e sete tiveram ferimentos mais leves no ataque.
Segundo o site Times of Israel, a polícia confirmou que o incidente foi um ataque terrorista. O atentado aconteceu minutos depois que os eventos do Dia da Independência terminaram, em um parque lotado de israelenses que comemoravam o feriado.
Testemunhas disseram à polícia que um dos terroristas usava uma arma de fogo e o outro tinha um machado ou uma faca grande. Mas o Magen David Adom (MDA), o serviço de emergências de Israel, disse que os ferimentos não parecem ser de tiros, mas de um “instrumento afiado”.
Um dos judeus que estava no local, Mordechai Chachmon, relatou a repórteres: “Saímos e vimos [um dos terroristas] correndo e acertando qualquer um na frente dele com um machado na cabeça. Os dois [terroristas] estavam gritando Allahu Akbar [Alá é o maior].”
A polícia iniciou uma caçada aos dois suspeitos, que fugiram do local. Oficiais acreditam que ambos sejam palestinos da Cisjordânia. Eles foram identificados como As'ad Yousef As'ad al-Rifa'i, de 19 anos, e Subhi Emad Subhi Abu Shqeir, 20 anos.
Subhi Emad Subhi Abu Shqeir e As'ad Yousef As'ad al-Rifa'i são suspeitos do ataque. (Foto: Polícia de Israel)
Elad, uma cidade de cerca de 50.000 habitantes, está localizada a uma curta distância da barreira de segurança da Cisjordânia, que tem sido frequentemente violada por terroristas que realizam ataques.
Para palestinos, ataque foi “heroico”
Embora os grupos terroristas palestinos não tenham assumido a responsabilidade, eles elogiaram o ataque. Para o Hamas, esta foi “uma operação heroica” em resposta aos judeus que visitaram o Monte do Templo na quinta-feira (5).
Centenas de judeus visitaram o Monte do Templo no Dia da Independência de Israel, quando as visitas judaicas foram retomadas pela primeira vez desde a Páscoa. O local foi fechado para visitantes judeus no final do Ramadã.
O Hamas ameaçou retaliar se os visitantes judeus “invadissem” o local sagrado.
“Nosso povo continuará sua luta e sua defesa da mesquita de Al-Aqsa com todos os meios. Seus golpes atingirão os sionistas e os colonos onde quer que estejam”, disse o porta-voz do Hamas, Abd al-Latif al-Qanou.
A Jihad Islâmica também elogiou o ataque Elad como uma “operação heróica”.
Monte do Templo no centro dos conflitos
No sábado passado (30), o chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, disse que haveria consequências se os israelenses continuassem visitando o Monte do Templo. Ele também chamou os palestinos a atacar os israelenses com o que tiverem em mãos – incluindo machados.
“Quem tiver um rifle, prepare! E se você não tiver um rifle, prepare seu cutelo, um machado ou uma faca”, disse Sinwar.
Já Hazem Qasim, que também é do Hamas, avisou: “Esta é a implementação prática do que a resistência alertou: Al-Aqsa é uma linha vermelha”.
Nas últimas semanas, uma onda de ataques terroristas em Israel e na Cisjordânia deixou 16 mortos. O ataque de quinta-feira elevou para 19 o número de mortos desde 22 de março.
Mais mortos após o ataque
O Exército de Israel intensificou suas atividades na Cisjordânia e provocou confrontos, que deixaram pelo menos 26 palestinos mortos.
A ala militar do Hamas reivindicou um ataque a tiros no assentamento de Ariel na Cisjordânia nesta sexta-feira (6), que deixou um segurança israelense morto.
O ataque “heroico não será o último, com a ajuda de Deus”, disseram as brigadas do Hamas.