Os conflitos no Monte do Templo, em Jerusalém, não é novidade e acontecem frequentemente, como os ocorridos na Semana Santa, que deixaram 150 feridos.
Na última quarta-feira (20), mais uma vez o local, que fica no leste de Jerusalém viu confrontos entre árabes e judeus poucas horas depois que a polícia impediu uma marcha organizada por ativistas de direita de chegar ao Portão de Damasco.
A polícia disse que manifestantes jogaram bombas incendiárias no Monte do Templo, quase causando um incêndio em uma mesquita. A polícia prendeu 7 suspeitos de envolvimento no incidente.
Embora não se identifique exatamente o motivo dos confrontos, é possível ver componentes religiosos e políticos, como foi o caso de ativistas de direita que teriam atacado o dono de um restaurante árabe na Cidade Velha.
Na manhã de quinta-feira (21), forças israelenses e manifestantes palestinos entraram em confronto na mesquita de al-Aqsa, segundo informou a polícia de Israel.
O embate provocou reação de dezenas de manifestantes, que atiraram pedras e fogos de artifício contra a polícia, após a oração do Fajr. A polícia informou que, como forma de resistência, os manifestantes também fizeram barricadas nas mesquitas.
Manifestantes invadem Monte do Templo. (Captura de tela: CBS News)
A polícia israelense disse ainda que embora permita a liberdade pública de culto o tempo todo, os infratores da lei interromperam a ordem e estavam profanando a mesquita.
Alerta do Hamas
De acordo a Ynet, quando os tumultos começaram, centenas de fiéis judeus chegaram ao local sagrado.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, alertou Israel sobre permitir que israelenses entrem no complexo do Monte do Templo.
"Eu digo a Israel que se ele pensa que a invasão de al-Aqsa mudará seu caráter islâmico, Israel está sob uma ilusão. O que os colonos estão fazendo na mesquita levará ao conflito e ao confronto, o que é chamado de ‘Marcha da Bandeira’, então vamos derrotar a política de arrombamentos. Ainda estamos no início da campanha", disse Haniyeh.
Mais uma vez, as redes sociais foram usadas para mostrar os conflitos. Diversos vídeos mostram forças de segurança usando medidas de controle de distúrbios, como granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo, dentro da mesquita, depois que os manifestantes atiraram pedras e fogos de artifício contra as forças que guardavam o Monte do Templo.
Segundo a mídia palestina, uma pessoa foi atingida no rosto com uma bala de borracha.
Mais conflitos em Jerusalém
Em Sheikh Jarrah, judeus e árabes entraram em confronto perto do trilho leve, com um vídeo mostrando judeus jogando objetos e água em árabes que estavam andando no trilho leve.
De acordo com o Crescente Vermelho de Jerusalém, pelo menos uma pessoa ficou ferida após ser atingida e pulverizada com spray de pimenta.
شاهد| قوات الاحتلال تطلق قنابل الغاز والصوت تجاه المعتكفين في المصلى القبلي بالمسجد الأقصى المبارك pic.twitter.com/1PPkNQOU5Q
— وكالة شهاب للأنباء (@ShehabAgency) April 21, 2022
No bairro muçulmano, judeus carregando bandeiras israelenses confrontaram as forças de segurança israelenses enquanto crianças árabes atiravam pedras neles.
O vídeo de um incidente separado na Cidade Velha também mostrou judeus e soldados israelenses correndo e tossindo, supostamente depois que spray de pimenta foi pulverizado. O pano de fundo desse incidente ainda não está claro.
Portão de Damasco
O MK Itamar Ben Gvir (religiosos sionistas), que foi impedido de entrar no Portão de Damasco na quarta-feira, escreveu uma carta ao procurador-geral Gali Baharav-Miara na quinta-feira (21) exigindo esclarecimentos sobre a legalidade da diretiva, que foi dada pelo primeiro-ministro Naftali Bennett.
Ben Gvir alegou na carta que só soube da decisão duas horas antes do início da marcha e não teve tempo suficiente para apelar. Ele também argumentou que a decisão foi tomada com base em considerações políticas e não de segurança e que era ilegal, pois os movimentos dos MKs só podem ser restringidos por razões de segurança de acordo com a lei.
O líder sionista também argumentou que a decisão de impedir sua entrada precisava ser aprovada pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Defesa e que, como Bennett sozinho emitiu a restrição, a decisão era inválida.
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