O túmulo de José foi invadido e vandalizado por palestinos por dois dias seguidos, segundo a mídia isralelense. O primeiro ataque ao local aconteceu na noite de sábado (9), durante confronto entre palestinos e policiais israelenses. No dia seguinte, manifestantes voltaram para depredar a tumba já vandalizada.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram um homem atirando pedras no local. Ao fundo, ouve-se um homem dizendo em árabe: “Não existe mais o túmulo de José, seus traidores”.
Os “traidores” mencionados pelo homem seriam parte da própria Autoridade Palestina. No domingo (10), o governador da região de Nablus, na Cisjordânia — onde o túmulo está localizado — prometeu restaurar o local após sua vandalização e reafirmou que a tumba estava sob a proteção da Autoridade Palestina. Ele disse também que também Nablus era uma “cidade de três religiões”.
A Tumba de José está localizada dentro da “Área A” da Cisjordânia, que está oficialmente sob controle da Autoridade Palestina, apesar de ter militares israelenses fazendo sua segurança. As Forças de Defesa de Israel (IDF) impedem que cidadãos israelenses entrem na Área A sem autorização prévia.
A tumba é venerada por judeus, cristãos e muçulmanos, e muitas vezes tem sido um foco de violência. Os judeus acreditam que o José da Bíblia está enterrado na tumba, enquanto os muçulmanos alegam que um sheik está enterrado lá.
Os judeus só podem visitar o túmulo de José uma vez por mês, sob a guarda de soldados israelenses. Durante essas visitas, é comum haver palestinos jogando pedras nas tropas e, às vezes, os atacando com coquetéis molotov e tiros, informa o jornal Times of Israel.
Sobre o ataque
O mais recente ato de vandalismo ocorreu um dia após cerca de 100 palestinos invadirem o local, destruindo objetos e incendiando o túmulo. A multidão foi então dispersada pelas forças de segurança palestinas, disse o porta-voz das IDF, o general Ran Kochav.
Imagens publicadas nas mídias sociais mostram partes da tumba quebradas e carbonizadas, e dezenas de palestinos entrando no local, destruindo objetos.
📹 عدد من الشبان يتمكنون من الدخول إلى قبر يوسف وتحطيم محتوياته لليوم الثاني على التوالي pic.twitter.com/rcdk2qkUrl
— وكالة صفا (@SafaPs) April 11, 2022
Os tumultos ocorreram em meio a confrontos entre palestinos e soldados das IDF. Os recentes ataques terroristas em Israel levaram os militares israelenses a entrar no campo de refugiados de Balata, na área de Jenin, como parte de operações antiterroristas — o que provocou a ira dos palestinos.
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, condenou no domingo o ato de vandalismo do Túmulo de José. “Não vamos tolerar tal ataque a um lugar que é sagrado para nós – na véspera da Páscoa”, disse ele. “Vamos nos certificar de reconstruir o que eles destruíram, como sempre fazemos.”
O ministro da Defesa, Benny Gantz, disse que o vandalismo foi um “acontecimento grave” e disse que enviou uma “forte mensagem” à Autoridade Palestina sobre o ataque ao santuário.
Judeus baleados
O vandalismo desta segunda-feira (11) ocorreu horas depois que as Forças de Defesa de Israel disseram que dois judeus foram baleados e feridos enquanto tentavam chegar ao Túmulo de José.
Os dois homens, que são membros da comunidade judaica Breslover, do rabino Eliezer Berland, tentavam chegar ao santuário sem ter se coordenado com os militares, que geralmente supervisionam as visitas de fiéis judeus. Eles ficaram levemente feridos.
O tiroteio e o vandalismo ocorrem durante o Ramadã, um mês sagrado para os muçulmanos e geralmente um período de alta tensão em Israel e Cisjordânia.
Pelo menos quatro ataques terroristas com vítimas fatais aconteceram em Israel nas últimas semanas. Em resposta, militares israelenses têm aumentado as medidas de segurança e realizado uma série de ataques na Cisjordânia.
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