A bandeiras de Israel, em primeiro lugar, e as do Instituto do Terceiro Templo, em segundo, foram as mais populares durante as celebrações que marcaram o calendário anual do ‘Dia de Jerusalém’, que aconteceram nesta quinta-feira (18). Com isso, as ruas ficaram ‘pintadas’ de azul e branco e azul e amarelo, com as cores dos dois estandartes, respectivamente.
A Marcha da Bandeira começou com um grande fluxo de pessoas, a maioria vestida de azul e branco – as cores de Israel – enquanto agitavam as bandeiras do país.
O Jerusalem Post escreveu:
“Parecia que todas as escolas, seminários, yeshivas [as escolas religiosas judaicas] e grupos de jovens abriram suas comportas e colocaram seus filhos nas ruas da capital. O ar estava girando com a excitação sem fim da juventude.”
Alguns diziam que era “maravilhoso que Israel seja nosso e possamos celebrá-lo”.
Durante o trajeto, havia palcos com música ao vivo, o que animava ainda mais os desfiles. “À medida que a marcha passava, a rua ganhava vida. Ondas de jovens saltavam e balançavam em uníssono”, descreveu o Jerusalem Post.
Alegria e descontração
Nas ruas, eles cantavam “Am Yisrael Chai”, uma frase em hebraico que significa "O povo de Israel vive" ou "O povo judeu vive". E ao longo do percurso também dançavam ao som da música.
Hasya, que se mudou do Canadá para Israel quase cinco anos atrás, teve sua primeira experiência em uma passeata. Ela sempre teve o desejo de participar, mas o trabalho sempre a impediu. Porém, ela considerou um feliz acaso, pois acabou sendo arrastada pela marcha no caminho de casa.
“É tão lindo ver todo mundo tão feliz”, disse Hasya. “É um ambiente maravilhoso; há tantos jovens.”
Enquanto a marcha prosseguia, uma multidão permanecia para apreciar a música. Vendedores ambulantes e barracas atraíam uma enxurrada de pessoas, oferecendo garrafas de água e sacos de pipoca. A marcha se espalhava para os parques, que se tornavam breves refúgios para famílias com crianças pequenas que ficavam agitadas com toda a agitação e barulho ao redor.
Yehudah Glick, ex-membro do Likud, afirmou que o feriado não se trata apenas do amor por Jerusalém, mas sim da essência que está no coração da cidade sagrada, Sião, e do local do Templo.
“Nossa missão é fazer de Sião uma casa de orações para todas as nações do mundo”, disse ele.
Terceiro Templo
Segunda bandeira mais popular, as amarelas e brancas do Instituto do Terceiro Templo tingiram as ruas por onde a marcha passava.
Grupos de jovens e yeshivas carregavam faixas e usavam camisetas representando os templos, demonstrando seu apoio e identificação. As bandeiras amarelas de Mashiach de Chabad também eram bastante populares, simbolizando a espera pelo Messias.
Há pouco mais de 55 anos a cidade foi dividida.
Um membro do grupo de jovens de Samaria ressaltou a importância de lembrar, no Dia de Jerusalém, que há pouco mais de 55 anos a cidade foi dividida e que agora eles têm o privilégio de caminhar por ela como uma cidade unificada.
Perguntado sobre a situação de segurança, ele respondeu que embora exista a possibilidade de ataques terroristas, as forças de segurança e a polícia estão empenhadas em fazer o seu melhor para preveni-los.
Ao longo de todo o percurso da marcha, a polícia estava a postos. Eles montaram diques de metal e bloquearam as ruas com caminhões para guiar os manifestantes em direção à Cidade Velha.
Políticos discursaram nas tribunas, com alguns deles fazendo apelos explícitos de apoio à direita política e à reforma do Judiciário.
“Por que não há um juiz iemenita na Suprema Corte de Justiça?”, dizia a placa e a camiseta de um homem.
Segurança
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, foi acompanhado por seguranças que tentaram separar a multidão, mas acabou sendo cercado por admiradores de qualquer maneira.
Apesar de o tom do desfile ser predominante jovial, havia algum extremismo, destacou o Jerusalem Post.
Um pequeno número de bandeiras pretas e amarelas da Lehava se destacavam em meio ao mar de bandeiras azuis e brancas. Algumas bandeiras kahanistas também eram visíveis, e pelo menos um homem usava uma camisa do La Familia, um grupo associado aos torcedores do time de futebol Beitar Jerusalém conhecidos por suas visões antiárabes.
Um estande defendia a libertação de Amiram Ben Uliel, que foi condenado por seu envolvimento no ataque terrorista incendiário em Duma, que resultou na morte de três membros da família Dawabsha, incluindo um bebê palestino e seus pais. Os responsáveis pelo estande afirmaram que Ben Uliel foi injustamente condenado após ter sido submetido a tortura pela Agência de Segurança de Israel, conhecida como Shin Bet.
Milhares de celebrantes subiram e desceram as colinas e adentraram a Cidade Velha. Dentre eles estavam os bons e os maus – representando a diversidade do povo de Israel. No entanto, as cores azul e branco prevaleceram, suprimindo todas as outras.
Chaya, uma das participantes, explicou por que compareceu e gostou da marcha.
“Você vê as bandeiras, vê os sorrisos nas pessoas, e isso é importante”, disse ela. “São as pessoas que fazem a cidade.”