A parceria entre o Hadassah Medical Center com a empresa israelense P-Cure, deu início à “terapia de prótons” para o tratamento do câncer em Israel e no Oriente Médio.
O ensaio clínico já está em andamento através de um sistema exclusivo projetado para se adequar aos ambientes hospitalares existentes, substituindo a radiação tradicional de raios-X pelos prótons que não causam efeitos colaterais.
Iniciado há um mês, o primeiro estágio do estudo é para pacientes com câncer de cérebro, cabeça e pescoço que foram irradiados anteriormente. Pacientes com outros tipos de câncer serão incluídos depois, conforme o The Times of Israel.
Além disso, o Centro Médico Tel Aviv Sourasky (Hospital Ichilov) assinou nesta quinta-feira (18) um acordo com a Med Technica, parceira israelense da IBA, empresa belga que está construindo a maior e mais avançada máquina de acelerador de prótons para medicina do mundo.
Como é feito o tratamento?
Como o próprio nome sugere, a terapia de prótons usa um feixe de prótons em vez de raios X convencionais (fótons) na terapia de radiação. A vantagem do feixe de prótons é que ele é mais preciso e menos tóxico para os tecidos saudáveis circundantes.
Reduzir ou eliminar os efeitos colaterais debilitantes da radiação é uma questão fundamental. Cerca de 50% dos pacientes com câncer passam por radioterapia em algum momento, muitas vezes em combinação com cirurgia, quimioterapia ou imunoterapia.
“A radiação de raios X de fótons danifica mais os tecidos assim que entra no corpo e, em seguida, o feixe continua atingindo o tecido por todo o caminho. O dano máximo ocorre inicialmente e, em seguida, o feixe chega ao tumor e danifica os tecidos por trás”, explicou o fundador e CEO da P-Cure, Dr. Michael Marash.
A grande vantagem da terapia de prótons se dá porque ela fornece um feixe de partículas que para no tumor e não afeta os tecidos saudáveis próximos.
‘A terapia de prótons não é nova’
A radioterapia de prótons para o tratamento do câncer existe desde meados da década de 1950, mas raramente era empregada.
Ela começou a ser mais usada há algumas décadas e, apesar de suas vantagens percebidas sobre o tratamento tradicional com radiação de raios X, apenas cerca de 1% dos hospitais e centros de câncer em todo o mundo o adotaram devido aos custos envolvidos.
Além disso, os sistemas são caríssimos — na faixa de 200 milhões de dólares — e seus tamanhos geralmente exigem a construção de edifícios especialmente dedicados com paredes de proteção de três a cinco metros de espessura.
As salas que estão sendo construídas no Hospital Ichilov terão 12 metros de altura e foram projetadas para acomodar os sistemas de 70 toneladas, que incluem o acelerador de feixe de prótons junto com equipamentos de imagem e monitoramento.
Sobre as empresas envolvidas
A Hadassah International foi criada em 1983 como o braço mundial da Hadassah nos EUA. Tudo começou a partir de um pequeno círculo de estudos de mulheres judias-americanas preocupadas com as condições de saúde pública na Palestina.
Determinada a transformar suas preocupações em atitudes, Henrietta Szold levou seu grupo de estudos a criar a Hadassah. O movimento feminino, estabelecido na festa de Purim em 1912, foi nomeado como “Rainha Esther”, a heroína da festa, cujo nome hebraico era Hadassah, conforme explica o site da organização.
E a israelense P-Cure foi fundada em 2007 para expandir a disponibilidade da terapia de prótons para beneficiar mais pacientes e aumentar os benefícios que essa terapia traz para o tratamento e a cura do câncer.
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