Um medicamento criado em Israel para combater o câncer foi aprovado pela agência de saúde americana Food and Drug Administration (FDA). O tratamento inovador é indicado para tratar câncer de ovário, mieloma múltiplo e Sarcoma de Kaposi.
A droga com nanotecnologia, chamada Doxorrubicina-HCI, é um tratamento de quimioterapia que combate as células cancerosas diretamente, reduzindo assim os efeitos colaterais no paciente.
O medicamento foi criado pelo professor israelense Yechezkel Barenholz, um especialista mundial em bioquímica e nanotecnologia, na sua própria empresa farmacêutica em Jerusalém, a Ayana.
A Doxorrubicina-HCI é a versão genérica do Doxil, também inventado por Barenholz em 1995. O novo medicamento é mais barato, se tornando mais acessível a pacientes oncológicos.
O professor Barenholz explicou como o medicamento, aplicado nos pacientes por meio de uma injeção de lipossoma (nanoesferas que armazenam a droga), funciona no organismo.
“Colocamos o agente tóxico nessas bolas e os injetamos na corrente sanguínea do paciente uma vez por mês. Essas bolas de nanolipossomas viajam pela corrente sanguínea até chegarem ao tecido canceroso e aí, por meio de minúsculos poros nos vasos sanguíneos, saem da corrente sanguínea e se acumulam no tecido canceroso”, afirmou.
“Ao contrário das células saudáveis, as células cancerosas produzem amônia, e essa amônia libera o agente tóxico ativo [doxorrubicina] das bolas dos nanolipossomas nas proximidades das células cancerosas, levando à morte das células cancerosas”.
A tecnologia direcionada é uma solução para um dos desafios da quimioterapia: os efeitos colaterais. O tratamento reduz a queda de cabelo e problemas gastrointestinais, por exemplo, causados pela quimioterapia convencional, que ataca todas as células, tanto as saudáveis quanto as cancerosas.
“Quando um paciente não sofre tantos efeitos colaterais, a taxa de adesão é muito melhor e é muito mais fácil tratá-lo”, explicou Gal Cohen, CEO da Ayana.
O novo medicamento será disponibilizado nos Estados Unidos e em Israel pela Ayana, através de uma parceria com a distribuidora Padagis. As empresas já estão prontas para o lançamento comercial da medicação.
“Acreditamos que é uma tecnologia de ponta e que muitas pessoas poderiam se beneficiar com o tratamento por meio desse sistema de distribuição”, disse Cohen.
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