Um pequeno tesouro de moedas de prata foi descoberto por arqueólogos israelenses no deserto da Judeia, datado do reinado Antíoco IV Epifânio, governante do Império Selêucida na época da revolta dos Macabeus.
A rebelião dos integrantes de um exército rebelde judeu, que assumiu o controle de partes da Terra de Israel, eclodiu em 167 a.C.
A divulgação da descoberta vinculada à Revolta dos Macabeus coincide com as vésperas da Chanucá, que começa em 18 dezembro próximo.
“Chanucá significa, literalmente, ‘inauguração’. A festa recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus ‘chanu’ (descansaram) das batalhas no ‘cá’ (25º dia) de Kislêv”, explica a Embaixada de Israel.
Na festa, que tem duração de oito dias, comemora-se o período em que Antíoco, rei da Síria, governou Israel depois da morte de Alexandre, o Grande. Ele pressionou os judeus a aceitarem a cultura greco-helenista, proibindo o cumprimento das mitsvot (preceitos) da Torá e forçando a prática da idolatria pagã.
Pequeno tesouro
De acordo com o Jewish News Syndicate, as 15 moedas estavam em um jarro de madeira torneado escondido há cerca de 2.200 anos, descoberto durante escavações na Reserva Natural Darageh Stream com vista para o Mar Morto em maio passado.
O recipiente foi descoberto em uma fenda na caverna. Quando a tampa foi removida, terra compactada e pequenas pedras foram encontradas na parte superior da caixa. Abaixo dessa camada, havia um grande pedaço de tecido de lã roxa, cobrindo 15 moedas de prata dispostas com pedaços de lã de ovelha.
O tesouro compreendia um grupo homogêneo de moedas de tetradracmas de prata cunhadas por Ptolomeu VI, rei do Egito, que governou ao mesmo tempo que seu tio Antíoco IV Epifânio (um título que significa “Deus Manifesto” ou “o Glorioso/Ilustre”) reinou sobre o Reino Selêucida, incluindo a Judeia.
Acredita-se que as três primeiras moedas do tesouro foram cunhadas em 176/5 aC, enquanto a última moeda data de 171/0 aC, o ano em que começou a Revolta dos Macabeus.
Caverna
O nome “Shalmai”, em escrita aramaica, foi encontrado secundariamente gravado em uma das moedas.
“É interessante tentar visualizar a pessoa que fugiu para a caverna e escondeu seus pertences aqui com a intenção de voltar para recolhê-los”, disse Eitan Klein, da Autoridade de Antiguidades de Israel, um dos que estudou as moedas.
“A pessoa provavelmente foi morta nas batalhas e não voltou para recolher seus pertences, que esperaram quase 2.200 anos até que os recuperássemos.”
Klein descreveu a descoberta como “absolutamente única” e a “primeira evidência arqueológica clara” de que as cavernas do deserto da Judeia desempenharam um papel ativo nas atividades dos rebeldes judeus nos primeiros dias da Revolta dos Macabeus.