Hamas executa palestinos por colaboração com Israel

Uma organização de direitos humanos condenou a prática dizendo ser uma forma de punição desumana contrária aos padrões legais internacionais.

Fonte: Guiame, com informações de Jerusalém PostAtualizado: segunda-feira, 5 de setembro de 2022 às 13:18
Soldados de grupo terrorista. (Foto representativa: Wikimedia Commons)
Soldados de grupo terrorista. (Foto representativa: Wikimedia Commons)

Na manhã do último domingo (04), cinco palestinos foram executados na Faixa de Gaza, de acordo com um comunicado feito pelo Ministério do Interior — que é controlado pelo grupo extremista Hamas. 

Dois deles morreram pelas mãos do pelotão de fuzilamento e foram enforcados sob a acusação de colaboração com Israel. Os outros três foram condenados por assassinato e foram fuzilados. 

O comunicado não informou os nomes deles, mas as sentenças de morte, conforme o Jerusalem Post, devem ser aprovadas pelo presidente da Autoridade Palestina, conforme a lei. 

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, desde 2007, realizou execuções no passado sem buscar a aprovação das autoridades. 

Sobre os homens executados

O Ministério do Interior disse que um dos condenados, um residente de 44 anos da cidade de Gaza, foi preso em 30 de outubro de 2009, sob a acusação de “comunicar-se com partes estrangeiras hostis” e trabalhar para a inteligência israelense desde 2001. Segundo o ministério, o homem forneceu a Israel informações que levaram ao assassinato de palestinos. 

O segundo homem, que foi acusado de colaborar com Israel, tinha 54 anos e morava em Khan Yunis. O Hamas alegou que o condenado, que foi preso em 15 de fevereiro de 2015, foi recrutado como informante em 1991 — por revelar às forças de segurança israelenses informações sobre membros do Hamas, incluindo seus locais de residência e empregos, bem como os locais de lançamento e fabricação de foguetes.

O terceiro homem, de 43 anos e morador da Cidade de Gaza, estava preso desde 2004. Ele foi considerado culpado pelo sequestro e assassinato de uma mulher. Em 2009, ele conseguiu escapar da prisão e cometeu outro assassinato.

O quarto, um morador do norte da Faixa de Gaza, de 30 anos, foi preso em 30 de outubro de 2013, acusado de roubo e assassinato. E o quinto, um homem de 26 anos, foi preso em 14 de julho de 2022 por assassinar um homem e uma menina e por ferir outras 11 pessoas durante uma disputa familiar. Há rumores de que ele fazia parte das forças de segurança do Hamas.

Execução de outros palestinos

Desde o início do ano, 15 palestinos já foram executados, de acordo com o Centro Al-Mezan para os Direitos Humanos, com sede em Gaza. 

“O Centro Al-Mezan condena a contínua emissão de sentenças de morte na Faixa de Gaza e reitera suas fortes críticas ao uso dessa prática, que constitui uma forma de punição desumana contrária aos padrões legais internacionais”, afirmou o grupo em comunicado. 

“Além disso, essa punição viola as obrigações da Palestina sob a lei internacional de direitos humanos”, concluiu ao reiterar suas críticas ao uso dessa prática.

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