Até agora nem sinal de uma solução para os conflitos na Índia e os ataques aos cristãos em Manipur continuam cada vez mais violentos.
Há mais de um mês que a comunidade meitei e a tribo kuki brigam por questões étnicas e religiosas, deixando mortos, feridos e milhares de deslocados.
No começo desta semana, de acordo com a Portas Abertas, grupos meitei assaltaram e atacaram casas e propriedades de cristãos kuki que fugiram como deslocados internos.
‘Mais de 350 igrejas destruídas’
Cristãos locais relataram que mais de 350 igrejas foram incendiadas e destruídas e pode ser que o número de cristãos mortos chegue a 80. “Muitos vilarejos permanecem sem contato, por isso, o número deve ser ainda maior”, explicou a organização.
O missionário Ngai Elam (nome fictício por motivos de segurança), mora em uma das regiões recém-afetadas e confirmou que os meitei continuam atacando com tiros, todos os dias, para aterrorizar os cristãos tribais.
“Mulheres e meninas são assediadas sexualmente e abusadas. Já os homens com mais de 18 anos são treinados com armas pelos grupos insurgentes. O único lugar seguro para as minorias étnicas são os acampamentos de refugiados”, continuou.
‘Deus e seus anjos estão nos protegendo’
As igrejas que restam ficam abertas apenas para encontros de oração por curtos períodos. Todos os outros cultos e atividades estão suspensas. O ministro do Interior, Amit Shah, visitou Manipur durante quatro dias para solicitar 15 dias de cessar-fogo, mas a presença não surtiu efeito.
A internet permanece suspensa por mais de cinco dias e cristãos locais e outros moradores do vilarejo estão se revezando para vigiar as fronteiras entre os vilarejos kuki e as terras meitei.
Apesar das dificuldades e da insegurança, os cristãos testemunham que estão sendo guardados por Deus: “Acreditamos que Deus e os seus anjos estão nos protegendo”.
“Centenas de meitei se organizaram em grupos com armas sofisticadas e dispararam tiros e bombas em nós, mas os explosivos que caíram em nossa região não funcionaram. Alguns amigos disseram que viram as armas meitei disparando para a direção oposta ou falhando na hora de atirar. Não fosse a proteção de Deus, já teríamos sido massacrados”, concluiu o cristão local Muan Samte (nome fictício).