As jovens cristãs Larissa Perske e Michele Paz aproveitaram o calor de 30°C em Porto Alegre (RS) para vender água no semáforo no domingo passado (31), a fim de custear a viagem missionária para Burkina Faso, na África.
As missionárias, que vão atuar como voluntárias no país islâmico pela ONG cristã CACEMAR (Centro de Acolhimento Casa Esperança e Missão Refúgio) em de janeiro de 2022, estão se esforçando para completar o valor da viagem, cerca de 19 mil reais para cada uma.
Com uma placa anunciando “Ajudem os missionários irem para a África”, as meninas ofereciam água gelada em meio a fila de carros, durante o curto tempo do sinal vermelho. Elas também contaram com a ajuda dos amigos Cassia, Gabriel e Pamela na venda. “Eles nos apoiaram, então ficou mais fácil de se dividir e alcançar mais pessoas. Pois a sinaleira é correria”, explicou Larissa, de 23 anos, ao Guiame.
Na última terça-feira (2), as missionárias voltaram ao semáforo e passaram o dia todo vendendo garrafinhas de água, finalizando o trabalho apenas às 2h30 da madrugada. “Deus nos surpreendeu, arrecadamos mais do que imaginávamos e mais do que eu tirei no ano passado”, disse Michele, contente.
Larissa Perske e Michele Paz vão atuar em Burkina Faso, no trabalho humanitário da ONG cristã CACEMAR. (Foto: Arquivo pessoal).
Larissa contou que a ideia de vender água no semáforo surgiu conversando com a amiga Michele sobre suas dificuldades na arrecadação. Michele já havia feito essa mesma ação no ano passado, então as jovens decidiram repetir a estratégia.
“Foi bem boa a experiência. As pessoas super apoiaram, aquelas que não tinham o valor da água, nos davam doações”, relatou a jovem.
Oferecendo a Água da Vida
Depois de trabalharem no semáforo, as meninas foram até a orla de Porto Alegre para vender água, mas acabaram oferecendo a Água da Vida a pessoas que encontraram por lá. “Tivemos a oportunidade de pregar o Evangelho para alguns jovens, vimos um grande campo missionário lá”, testemunhou Michele.
A chama para pregar o Evangelho às nações já está queimando no coração das jovens missionárias, que estão ansiosas para embarcar no dia 25 de dezembro, rumo a Burkina Faso.
“Literalmente estou contando os dias. Com muita expectativa para o que Deus vai fazer lá!”, confessou Michele, a estudante de Teologia que não pôde embarcar na expedição do ano passado, porque positivou para a Covid-19 no aeroporto, em São Paulo.
Enquanto para Michele a expedição é sua primeira ida à Burkina Faso, para Larissa é a terceira vez que vai servir ao país muçulmano. Cada uma delas vai atuar em um dos projetos humanitários que a CACEMAR desenvolve com crianças e mulheres burquinenses.
Michele vai trabalhar na área de nutrição, onde uma equipe de voluntários serve refeições para os garibous, meninos pobres escravizados pela cultura islâmica no país. E Larissa, formada no Magistério, vai atuar no projeto de alfabetização de crianças.
Para Michele, o propósito da expedição missionária vai “além de servir, mas também para amar aquele povo. Não consigo parar de amar um lugar que eu ainda nem fui e pessoas que eu ainda não conheço”, declarou.
O desafio de levantar recursos
Larissa Perske e Michele Paz vão atuar em Burkina Faso, no trabalho humanitário da ONG cristã CACEMAR. (Foto: Arquivo pessoal).
Assim como outros voluntários da expedição “Let’s go to Africa 2021”, Michele e Larissa colocaram em ação diversas estratégias a fim de levantar recursos para a missão: venderam galeto, lanches, doces e rifas solidárias. As jovens ainda não arrecadaram o valor total para a viagem, mas estão confiando na fidelidade de Deus para prover o que ainda falta.
“Ainda não consegui arrecadar todo o dinheiro, mas creio que quando Deus chama Ele financia, estou fazendo o natural e Ele vai fazer o sobrenatural. Estou à espera do milagre”, afirmou Michele.
Segundo Larissa, é comum que o valor arrecadado não seja o suficiente. “E é nessa hora que Deus sempre me surpreende, usando pessoas para abençoar”, testemunhou.
Sobre o “Let’s go to Africa”
O projeto “Let’s to go Africa” já está em sua terceira edição e desenvolve diversos projetos humanitários na base da ONG CACEMAR em Burkina Faso.
Os voluntários da expedição terão a oportunidade de contribuir com a missão, que já atua na África há mais de 20 anos, trabalhando em ações sociais como: Projeto Ballet, Projeto Esporte, Projeto Saúde, Oficinas de culinária e Projeto Alfabetização. Os participantes do voluntariado também atuarão em aldeias de Burkina e na igreja local.
Burkina Faso é um país de maioria muçulmana e, apesar de ser uma nação democrática e de sua constituição garantir liberdade religiosa, a população islâmica tem se radicalizado e grupos extremistas têm ganhado força no país. Nesse contexto, Burkina Faso está na 32° posição na Lista de países perseguidos do Portas Abertas de 2020, classificando o país na janela 10X40, a região no mundo mais fechada para o evangelho.